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Ibovespa cai 0,36% e acumula perda 4,23% no mês

O índice caiu 0,36% nesta segunda-feira, a 128.502,66 pontos, com máxima a 129.068,28, saindo de abertura aos 128.969,74 pontos. Fraco, o giro foi de R$ 15,8 bilhões.

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30 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Ibovespa cai 0,36% e acumula perda 4,23% no mês
O dólar subiu com força nesta abertura da semana e ameaçou romper o teto de R$ 4,95

Após duas sessões de recuperação moderada – a única sequência positiva desta segunda quinzena de janeiro -, o Ibovespa volta a ceder terreno neste início de semana de decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos. Faltando ainda a terça e quarta-feira para o fechamento do mês – em que acumula, até aqui, perda de 4,23% -, o índice caiu 0,36% nesta segunda-feira, a 128.502,66 pontos, com máxima a 129.068,28, saindo de abertura aos 128.969,74 pontos. Fraco, o giro foi de R$ 15,8 bilhões.

Com Vale (ON -0,47%) e os grandes bancos (Itaú PN -0,52%, Bradesco PN -0,90%) em contraponto a ganhos em Petrobras (ON +0,95%, PN +1,53%), o Ibovespa chegou a ceder os 128 mil pontos, atingindo 127.852,82 na mínima do dia. Mas limitou as perdas em direção ao fechamento, acompanhando os respectivos movimentos dessas blue chips – com melhora em Petrobras e redução do ajuste negativo especialmente em Vale -, e em encerramento de sessão muito positivo em Nova York, com Nasdaq (+1,12%) à frente.

Na ponta perdedora da carteira teórica, mais uma vez Gol, que nesta segunda tombou 33,61% – em meio ao processo de reestruturação a que deu entrada nos Estados Unidos, e com a divulgação, nesta segunda, de que o endividamento da empresa ficou acima de R$ 20 bilhões em dezembro de 2023. Assim, a queda da ação foi bem superior a de Casas Bahia (-4,71%) e de Suzano (-3,99%) – esta com o rebaixamento de recomendação pelo Morgan Stanley, para underweight, e preço-alvo reduzido de R$ 60 para R$ 47. No lado oposto do Ibovespa na sessão, Assaí (+4,78%), Hypera (+2,80%) e Raízen (+1,87%)

Dólar

Após quatro pregões consecutivos de queda, em que acumulou desvalorização de 1,53%, o dólar subiu com força nesta abertura da semana e ameaçou romper o teto de R$ 4,95 no fechamento desta segunda-feira, 29. Embora haja desconforto com o quadro fiscal doméstico, com certo ruído nas negociações entre Congresso e governo em torno da pauta econômica, o tropeço do real foi atribuído ao ambiente externo.
Temores com o setor imobiliário na China, com a liquidação judicial da incorporadora Evergrande, e o clima de cautela à espera do comunicado da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira abalaram as moedas latino-americanas.

O peso chileno apresentou o pior desempenho, com perda de mais de 1%, na expectativa de que o Banco Central do Chile anuncie, também na quarta, uma redução de 1 ponto porcentual na taxa básica do país. Por aqui, é quase unânime a aposta de que o Banco Central vai cortar a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.

Afora uma queda pequena e bem pontual pela manhã, o dólar operou em terreno positivo ao longo do dia. As máximas vieram à tarde, quando atingiu R$ 4,9580, em sintonia com a deterioração do Ibovespa, muito prejudicado pelo tombo das ações da Vale. No fim do dia, a moeda era negociada a R$ 4,9459, avanço de 0,71%, passando a acumular valorização de 2% em janeiro.

Juros

Os juros futuros fecharam a segunda-feira em alta, em realização de lucros estimulada pela cautela com a agenda pesada de indicadores e eventos da semana, pela piora do câmbio e pelo desconforto com a área fiscal. A curva dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) havia devolvido prêmios na semana passada, o que deixou espaço para alguma recomposição num dia de noticiário sem destaques.

As taxas locais operaram com sinal contrário ao de baixa dos rendimentos dos Treasuries, que recuaram pela menor disposição dos investidores ao risco antes das reuniões dos bancos centrais e relatório do Tesouro americano indicando estimativa de menor necessidade de empréstimos no primeiro trimestre.

A taxa do DI para janeiro de 2025, contudo, conseguiu manter-se abaixo dos dois dígitos, encerrando em 9,75%, de 9,948% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2026 subiu de 9,61% para 9,66%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,83% (de 9,78%) e o DI para janeiro de 2029, com taxa de 10,28% (de 10,22%).