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Haddad destaca ‘ineditismo’ do Desenrola e diz que 7 milhões de brasileiros quitaram dívidas

Haddad reforçou que o desconto médio no Desenrola é de 83% e pode chegar a 99% em alguns casos. Segundo ele, do total de dívidas de R$ 100, R$ 10 milhões foram cancelados.

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21 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
Haddad destaca ‘ineditismo’ do Desenrola e diz que 7 milhões de brasileiros quitaram dívidas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal estava preocupado com o “ineditismo” do programa Desenrola Brasil, de refinanciamento de dívidas de pessoas físicas. Segundo o ministro, até o momento, foram 7 milhões de brasileiros que conseguiram quitar as dívidas a partir do programa.

“Todos nós estamos muito preocupados com o ineditismo, nunca tinha sido tentado nada parecido”, declarou o ministro ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, denominada de Conversa com o Presidente, na terça-feira, 21. “Foi uma ousadia do presidente Lula ter colocado no programa de governo e não se tinha tecnologia, ela foi desenvolvida ao longo do primeiro semestre.”

Haddad reforçou que o desconto médio no Desenrola é de 83% e pode chegar a 99% em alguns casos. Segundo ele, do total de dívidas de R$ 100, R$ 10 milhões foram cancelados. “Tudo somado, 7 milhões de brasileiros”, calculou. “O potencial do programa, teoricamente, podemos chegar a R$ 30 bilhões.”

“A grande vantagem é que quando aceita pagar dívida, o nome fica limpo”, comentou o ministro. Em relação à nova fase do programa, Haddad afirmou que, pela dívida ser maior e o desconto grande, o valor descontado em reais será muito maior.

Lula afirmou que o governo quer que os bancos permitam que os brasileiros tenham nas agências “um amigo para desenrolar a vida dele”. Segundo o chefe do Executivo, além da preocupação com as pessoas, o Desenrola também pensa no desenvolvimento da economia “Quando todos começam a comprar, as coisas começam a melhorar.”

Após ter desacreditado a meta fiscal zero, o presidente elogiou Haddad. Em sua avaliação, com o desempenho do ministro à frente da pasta, o mercado está entendendo que o governo “deixou de brincar”.

“A seriedade com que o companheiro Haddad deu no Ministério da Fazenda faz com que a gente vá conquistando credibilidade interna, externa e o mercado vai percebendo que esse país deixou de brincar”, disse Lula, em transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, denominada de “Conversa com o Presidente”, na terça-feira, com a presença de Haddad.

A fala acontece dias após o presidente ter desacreditado a meta fiscal zero, estimativa defendida por Haddad. Após desavenças no governo em relação ao tema, na semana passada, a gestão Lula 3 descartou a possibilidade de alterar neste momento a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024.

O presidente afirmou que as políticas que foram implementadas neste ano, após a gestão do ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro, “vão florescer muito forte no começo de 2024”. “Estou muito tranquilo, feliz, animado, acho que o Brasil do ponto de vista da política interna voltou, do ponto de vista da economia, está voltando.” Lula voltou a falar que fará uma reunião no final do ano de avaliação do governo.

Na visão do presidente, se o programa Desenrola Brasil, de refinanciamento de dívidas de pessoas físicas, der certo, “resolvemos um problema crucial da sociedade”. “Vamos indicar a equipe ao prêmio Nobel da Economia”, brincou.

Haddad reforçou que a proposta da reforma tributária será promulgada ainda neste ano. Após alterações feitas no texto pelo Senado, a PEC precisa de uma reavaliação da Câmara dos Deputados, mas a expectativa é de que o processo para promulgação seja concluído em 2023. “Vai ser promulgada nesse ano, não tenho dúvida”, disse.

Lula e Haddad voltaram a elogiar o trabalho dos relatores da proposta na Câmara e no Senado, que classificaram como essencial para o andamento da reforma.

O presidente Lula também fez menção especial a atuação de Haddad, de ministros palacianos e das lideranças do governo no Congresso na pauta.

“Desenrolam todo dia um problema”, disse ele, fazendo um paralelo com o programa de renegociação de dívidas montando pelo governo, o tema principal explorado na live com Lula e Haddad.

O ministro da Fazenda ainda voltou a ressaltar que o andamento da reforma era alvo de ceticismo no mercado, uma vez que a proposta de alteração no sistema tributário é discutida há 40 anos. “Eu ia nos bancos, empresários, me falavam que era luta perdida”, lembrou o ministro.