O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu na sexta-feira para uma sessão ministerial sobre a situação na Ucrânia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou sua mensagem sobre o conflito, também apresentada na Assembleia Geral na quarta-feira.
Ele destacou que a invasão russa da Ucrânia é uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas e do direito internacional. Guterres repetiu seu apelo à Rússia para retirar as tropas da Ucrânia.
Para Guterres, essa pode ser “a pior guerra desde o início do século”, com consequências trágicas e impactos globais imprevisíveis.
Com um ano de conflito, ele citou desdobramentos como a destruição de infraestrutura civil e número crescente de vítimas aos choques econômicos e crise de refugiados e humanitária, que causam um cenário “infernal” à população.
Ele pediu ainda o fim dos ataques às áreas civis e o acesso desimpedido e seguro para as equipes de ajuda humanitária.
O secretário-geral ressaltou a necessidade de suporte para a recuperação e reconstrução do país e lembrou importantes ações da ONU, como a missão da Agência Internacional de Energia Atômica em Zaporizhzhia para monitorar a segurança da maior instalação nuclear da Europa.
A Iniciativa de Grãos do Mar Negro já entregou mais de 20 milhões de toneladas de alimentos em mais de 700 navios, ajudando a controlar a alta dos preços em todo o mundo.
Guterres lembrou que no ano passado, o Conselho realizou mais de 40 debates sobre a Ucrânia. Ele adicionou que “as armas estão falando”, mas que todos reconhecem que o caminho da diplomacia e da responsabilidade é o único para uma paz justa e sustentável.
O secretário-geral pediu que se evite uma nova escalada na violência e repudiou as ameaças do uso de armas nucleares.
Guterres diz que é preciso fazer todos os esforços significativos para acabar com o “derramamento de sangue” e dar uma chance à paz.
Presente na sessão, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que as propostas de paz para o conflito devem estar alinhadas com as demandas feitas na resolução adotada nesta quinta-feira pela Assembleia Geral da ONU.
Ele pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra na Ucrânia, que foi seguido pelo pedido do embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, que solicitou uma homenagem aos mortos em seu país.