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Guerra com Rússia completa um ano e Zelenski promete vitória aos ucranianos

Zelenski adotou tom severo e aproveitou o “aniversário” de um ano de guerra para parabenizar os ucranianos por sua resiliência.

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24 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
Guerra com Rússia completa um ano e Zelenski promete vitória aos ucranianos
O presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski ressaltou a resistência do povo ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, prometeu lutar pela vitória na guerra em 2023, enquanto ele e outros ucranianos marcaram o sombrio aniversário da invasão russa na sexta-feira, que ele chamou de “o dia mais longo de nossas vidas”.

Zelenski adotou um tom de severo e aproveitou o “aniversário” de um ano de guerra, 24 de fevereiro, para parabenizar os ucranianos por sua resiliência diante da maior e mais mortal guerra da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Ele disse que os ucranianos provaram ser invencíveis no que chamou de “um ano de dor, tristeza, fé e união”.

Os ucranianos compareceram a memoriais, fizeram vigílias e outras comemorações por suas dezenas de milhares de mortos – um número que cresce o tempo todo com a fúria dos combates no leste da Ucrânia em particular. Embora sexta-feira tenha marcado o aniversário da invasão em grande escala, o combate entre as forças apoiadas pela Rússia e as tropas ucranianas tem ocorrido no leste do país desde 2014.

Mas a paz não está à vista, embora a China tenha pedido na sexta um cessar-fogo. Essa ideia foi anteriormente rejeitada pela Ucrânia por medo de permitir que a Rússia se reagrupasse militarmente. Um documento de 12 pontos divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da China também pediu o fim das sanções ocidentais, que estão pressionando a economia da Rússia.

Essa sugestão também parece inviável, visto que as nações ocidentais estão trabalhando para apertar ainda mais o laço das sanções, não para afrouxá-lo. O governo do Reino Unido impôs mais sanções na sexta-feira a empresas que fornecem equipamentos militares para Moscou e disse que impediria as exportações para a Rússia de peças de aeronaves e outros componentes.

O presidente da Ucrânia afirmou acreditar que o aumento de gastos com defesa anunciado por alguns países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), como a Alemanha, é “o passo certo” para os próximos anos, com a finalidade de impedir que a Rússia tente novas invasões em um futuro próximo. “Baseado no que vimos no comportamento da Rússia até agora, não podemos deixar que isso aconteça de novo”.

Zelensky também comentou que uma possível negociação com a Rússia, “enquanto Vladimir Putin (presidente da Rússia) não tirar suas tropas da Ucrânia e parar com seus ataques”, não será possível.

O presidente da Ucrânia disse que espera poder conversar com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, “em breve”, ao afirmar que já enviou um convite para o líder brasileiro visitar a Ucrânia. Zelensky comentou que acha importante o apoio do Brasil para o lado ucraniano, na expectativa de que Lula possa ser “uma ponte para poder conversar com mais países da América Latina”.

Durante coletiva de imprensa convocado para marcar um ano do conflito entre Rússia e Ucrânia, Zelensky disse estar “esperando um encontro de olho no olho” com Lula, para que ambos possam discutir em maiores detalhes a guerra.

Lula foi às redes sociais na sexta-feira para renovar os apelos de paz. Para o presidente, os países não envolvidos no conflito, como o Brasil, devem encaminhar uma negociação pelo fim da guerra.

“No momento em que a humanidade, com tantos desafios, precisa de paz, completa-se um ano da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. É urgente que um grupo de países, não envolvidos no conflito, assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz”, publicou o presidente no Twitter.

No final de março, Lula vai à China e, na reunião bilateral com o presidente do país asiático, Xi Jinping, vai pedir a participação de Pequim – hoje aliada de Moscou – na negociação de paz.