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Governo de SP inicia testes com produto que apaga fogo cinco vezes mais rápido

A substância também possui efeito retardante, ou seja, impede que o incêndio comece novamente em áreas que já estavam controladas.

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01 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Governo de SP inicia testes com produto que apaga fogo cinco vezes mais rápido
Testes realizados pela Defesa Civil em ambiente controlado mostraram a extinção de um foco de fogo em um minuto e 40 segundos com o produto

O Governo de São Paulo iniciou testes com um produto capaz de combater os incêndios florestais cinco vezes mais rápido que o uso da água. A substância também possui efeito retardante, ou seja, impede que o incêndio comece novamente em áreas que já estavam controladas.

Testes realizados pela Defesa Civil em ambiente controlado mostraram a extinção de um foco de fogo em um minuto e 40 segundos com o produto, enquanto a água conseguiu controlar situação semelhante em 5 minutos. O líquido vermelho já foi testado também em um incêndio real na região de Ribeirão Preto no início de setembro, com resultados satisfatórios.

A Defesa Civil calcula que a substância reduza em até 60% os gastos com aeronaves utilizadas em grandes queimadas, levando em conta o tempo ganho na substituição da água.

O produto de origem nacional é usado como fertilizante na produção agrícola. Segundo dados do fabricante, ele “não causa efeito deletério às plantas, aos microbiomas do solo, de plantas, de águas naturais e de resíduos orgânicos e é atóxico ao manuseio e manejo humano”. Também não foram relatadas reações em animais.

A expectativa é utilizar este produto em situações como as ocorridas nas últimas semanas, quando os incêndios atingiram grandes proporções e colocaram em risco áreas urbanas e reservas florestais. O uso do produto ocorrerá dentro de critérios preestabelecidos, como incêndios que estejam perto de residências, atinjam áreas muito extensas ou coloque em risco as reservas florestais do estado.

O estado de São Paulo reabriu 69 parques estaduais na segunda-feira (30). As Unidades de Conservação, administradas pela Fundação Florestal, estavam fechadas desde o dia 1º para priorizar a prevenção e combate a incêndios durante o período crítico de seca. 

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), a decisão foi tomada após uma reunião do gabinete de crise do governo estadual e foi baseada nas condições climáticas previstas para os próximos dias e no grau de risco de incêndios florestais. Até o momento, 33 pessoas foram presas pela polícia por suspeita de causarem incêndios em vegetação. 

“As equipes da Fundação Florestal seguem dedicadas ao monitoramento, combate aos focos de incêndio e à sensibilização das comunidades do entorno. Em caso de aumento no risco ou ocorrências de incêndio, as Unidades de Conservação poderão ser fechadas novamente para garantir a segurança dos visitantes”, disse, em nota, Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação Florestal.  

No entanto, outras 13 unidades de conservação permanecerão fechadas pelo menos até o dia 12 de outubro. Segundo a Semil, são parques localizados em áreas sem chuva e com focos de incêndio no entorno.