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Governo avalia reduzir conta de energia de moradores do RS

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou na sexta-feira, 10, que o governo federal avalia medidas a serem adotadas para reduzir o impacto econômico

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11 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Governo avalia reduzir conta de energia de moradores do RS
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou na sexta-feira, 10, que o governo federal avalia medidas a serem adotadas para reduzir o impacto econômico aos moradores do Rio Grande do Sul a partir das contas de energia elétrica.

“Precisamos dimensionar os custos e, criativamente, se possível com recursos de eficiência energética, do superávit de Itaipu, ou seja, dentro do próprio sistema elétrico, buscar soluções para reduzir o impacto econômico da tragédia”, disse o ministro em entrevista à CNN.

“Não há de se falar de cobrar energia de pessoas em áreas alagadas. E também em regiões afetadas economicamente com essa tragédia”, afirmou Silveira. Segundo o ministro, todas as frentes estão sendo avaliadas para definir o que poderá ser feito para alívio das cobranças.

O Rio Grande do Sul, que sofre com as piores enchentes de sua história, chegou a ter 560 mil unidades consumidoras com o serviço de energia elétrica interrompido. Na atualização de sexta-feira, 360 mil seguem sem energia, o que corresponde a cerca de 1,2 milhão de pessoas.

O ministro afirmou que as três barragens de rejeitos de carvão mineral do Rio Grande do Sul estão sendo monitoradas e seguras. “Estamos fazendo um trabalho de monitoramento integrado com o Estado”, informou à CNN.

O governo gaúcho, juntamente com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS), atualiza, diariamente, o risco de rompimento de barragens no Estado.
Na quinta-feira, seis estavam com “risco de ruptura iminente”, sendo três delas no município de Bento Gonçalves. Contudo, não são de rejeitos minerais.

Conforme o relatório mais recente da Agência Nacional de Mineração (ANM), o Rio Grande do Sul tem três barragens de rejeitos de carvão mineral. A maior delas é a Bacia de Finos da Mina do Recreio, em Butiá. Mais de 400 mil gaúchos estão fora de casa afetados pela maior tragédia climática do Estado.

Na sexta-feira, 10, a Defesa Civil divulgou que 337.116 pessoas estão desalojadas e outras 69.617 em abrigos. O aumento na quantidade de afetados pelas enchentes ocorre em um momento de elevação do nível da Lagoa dos Patos e queda de temperatura no Estado.

A Defesa Civil emitiu na noite de quinta-feira (9) um alerta com a orientação para quem mora em regiões próximas à lagoa, ou em áreas com histórico de alagamentos ou inundações, para que saiam de suas casas com antecedência e busquem um local seguro. No município de Rio Grande, por exemplo, vários bairros estão inundados. As principais ruas do entorno do centro histórico estão bloqueadas.

O nível da lagoa vem aumentando nos últimos dias e chegou a 1,84m às 16h de quinta-feira em Rio Grande, de acordo com os registros do Serviço Geológico do Brasil.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em conjunto com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também emitiram na quinta-feira uma nota técnica na qual alertam sobre os riscos geo-hidrológicos, sobretudo na região da Lagoa dos Patos, que recebe as águas dos rios e do Guaíba.

De acordo com os órgãos, o avanço de uma frente por Santa Catarina e a entrada de um ar mais frio pelo Rio Grande do Sul provocaram queda de temperatura no Estado e uma virada dos ventos “desfavorecendo o escoamento da água da lagoa em direção ao oceano, desta forma, a preparação dos municípios para inundação gradual na região de Pelotas, Rio Grande e arredores deve ser redobrada.”
Ainda segundo o Inmet, as temperaturas mínimas variam de 4°C a 8°C nas regiões mais ao Sul do Estado. Nas demais áreas, as temperaturas mínimas variam de 10°C a 15°C. O frio é considerado um problema adicional em meio à tragédia climática por causa do risco de hipotermia às pessoas que ainda não foram resgatadas.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou que Gol, Latam e Azul ampliaram a oferta de voos e assentos para cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, após o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, por tempo indeterminado, em decorrência das inundações.

A malha emergencial, segundo a Abear, compreende, neste primeiro momento, seis aeroportos no Rio Grande do Sul e três em Santa Catarina. O funcionamento será entre os dias 14 e 30 de maio, no caso da Gol e da Latam, e entre 11 e 14 de maio, no caso da Azul.

A entidade disse ainda que a Base Aérea de Canoas passará por uma avaliação técnica conjunta da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e da Fraport, concessionária do Aeroporto Salgado Filho, e poderá receber voos comerciais, observados os requisitos de operação e segurança.

A Latam disponibilizou os seguintes voos diários adicionais: Guarulhos x Florianópolis, Florianópolis x Guarulhos, Guarulhos x Jaguaruna, Jaguaruna x Guarulhos, Guarulhos x Caxias do Sul e Caxias do Sul x Guarulhos.

Além disso, incluiu mais quatro frequências semanais entre Guarulhos x Caxias do Sul e Caxias do Sul x Guarulhos e duas frequências semanais entre Congonhas x Caxias do Sul e Caxias do Sul x Congonhas.
Já a Gol terá os seguintes voos diários adicionais: Congonhas x Florianópolis, Florianópolis x Congonhas, Galeão x Florianópolis, Florianópolis x Galeão, Guarulhos x Passo Fundo, Passo Fundo x Guarulhos, Congonhas x Caxias do Sul, Caxias do Sul x Congonhas.

Também haverá diversas frequências semanais da Gol entre Galeão x Florianópolis e Florianópolis X Galeão. A companhia operará com aviões maiores nas rotas envolvendo a cidade catarinense de Chapecó, com maior número de assentos.

A Azul ofertará as seguintes rotas no sábado (11): Campinas x Santo Ângelo e Santo Ângelo x Campinas; no domingo (12): Campinas x Santa Maria, Santa Maria x Campinas, Curitiba x Uruguaiana e Uruguaiana x Curitiba; na segunda-feira (13): Campinas x Santo Ângelo, Santo Ângelo x Campinas, Curitiba x Uruguaiana e Uruguaiana x Curitiba; na terça-feira (14): Campinas x Santa Maria e Santa Maria x Campinas.