Os Óvnis derrubados ao longo da última semana nos espaços aéreos de Estados Unidos e Canadá eram balões, informou o governo americano. Os dois objetos, derrubados na sexta-feira 10 e no sábado 11, eram menores do que o balão chinês abatido dias antes equipado com dispositivos para coletar informações de inteligência.
A informação foi confirmada pelo líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, no domingo, durante o programa This Week, da rede de televisão ABC. Schumer havia conversado com o conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan.
A derrubada de balões na costa dos EUA, sobre o Alasca, Michigan e o Canadá, levantaram preocupações de segurança na América do Norte e pioraram as já tensas relações com a China. “Eles acreditam que eram (balões), sim, mas muito menores que o primeiro. Até alguns meses atrás, não sabíamos desses balões. Nossa inteligência e nossos militares não sabiam. Isso remonta ao presidente Trump, pelo menos três vezes”, disse o senador.
Os governos de EUA e Canadá começaram as buscas pelos destroços dos objetos derrubados no fim da semana passada para determinar a finalidade e a origem dos balões. O governo da China admitiu apenas que o primeiro objeto era procedente do país.
A China alegou que os Estados Unidos lançaram balões de alta altitude para seu espaço aéreo mais de dez vezes desde o início de 2022. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse em coletiva de imprensa que os balões dos EUA voavam regularmente pelo espaço aéreo de outros países sem permissão.
É a primeira vez que a China faz tal acusação desde que um suposto balão de vigilância chinês foi avistado sobre os EUA no início deste mês e depois abatido na costa da Carolina do Sul. “A primeira coisa que os Estados Unidos precisam fazer é mudar seus hábitos e refletir sobre si mesmos, e não difamar e incitar o confronto”, disse Wang.
O porta-voz não forneceu detalhes sobre como a China respondeu aos supostos voos de balão dos EUA na época, além de dizer que a China lidou com o assunto de forma responsável e profissional. Ele disse que os EUA agiram ilegalmente, sem detalhar quais leis os balões podem ter desrespeitado e de que maneira.
O Pentágono e o Departamento de Estado não responderam aos pedidos de comentários feitos pela reportagem. Nos últimos dias, os EUA derrubaram objetos não identificados no Alasca e sobre o Lago Huron, além de outro sobre o território canadense de Yukon.
Questionado sobre como a China respondeu às supostas incursões, Wang respondeu que a “gestão (dos incidentes) por parte de Pequim foi responsável e profissional”.
O governo americano reforçou a vigilância do espaço aéreo, ao mesmo tempo que aumenta o número de incursões aéreas, das quais a China nega ter conhecimento. O Pentágono afirmou no domingo que ainda não tem detalhes sobre os outros três objetos que foram derrubados: um na sexta-feira sobre o Alasca, outro no sábado sobre o território canadense de Yukon e o mais recente no domingo sobre o lago Huron.
O general Glen VanHerck, chefe do Comando Norte dos Estados Unidos, disse que depois de enviar aviões para inspecionar o objeto mais recente, as Forças Armadas concluíram que não havia indícios de qualquer ameaça, assim como nos objetos anteriores. “O que estamos vendo são objetos muito, muito pequenos que produzem uma seção transversal de radar muito, muito baixa”, disse.