A Gol anunciou a reestruturação de sua dívida com títulos de dívida emitidos no exterior, após fechar acordo com os acionistas da Abra Group, holding que agregará ações da Gol e da colombiana Avianca, e um grupo de credores detentores de bonds. A reestruturação prevê a injeção de pouco mais de US$ 400 milhões e troca de bonds.
A opção de troca dos bonds envolve papéis de todos os vencimentos que a empresa tem circulando no mercado atualmente – os bonds 2024, 2025, 2026 e os perpétuos – por novos bonds que serão emitidos pela Abra, com vencimento em 2028.
Parte de tais bonds dará direito a conversão em ações, ou seja, credores poderão se tornar acionistas da empresa. Os acionistas detentores de ações preferenciais da Gol terão o direito de preferência na subscrição de bonds conversíveis. Será ainda permitido que novos bonds não conversíveis sejam trocados por conversíveis.
Segundo o site da companhia, esses bonds representam no total um montante de US$ 1,925 bilhão, mas não necessariamente todos os bonds serão convertidos em novos papéis.
Promessa de investimento na Gol
De acordo com comunicado divulgado pela empresa, a Abra se comprometeu a fazer investimento na Gol por meio da emissão de bonds seniores e garantidos com vencimento em 2028 (Gol SSNs) e outros que serão seniores e conversíveis em ações (Gol ESSNs).
A emissão das duas categorias de bonds 2028 será feita de forma privada, ou seja, entre as partes, e garantida por direitos de propriedade intelectual e pela marca Smiles, programa de fidelidade da Gol, avaliados em US$ 3,7 bilhões; e pelo compartilhamento de garantias em relação a direitos de propriedade intelectual, marca e peças de reposição da Gol, os quais foram avaliados em US$ 1,5 bilhão.
Os credores representados por um grupo Ad-Hoc assinaram um acordo de apoio para viabilizar o investimento da Abra na Gol.
Modernização de frota
A Abra irá emitir um mínimo de US$ 1 bilhão em bonds não conversíveis (Gol SSNs) com vencimento em 2028 e se comprometeu a investir US$ 400 milhões na companhia para, entre outros fins, modernizar sua frota e gerenciar obrigações.
Outra parte dos recursos serão direcionados para o cancelamento de “ao menos” US$ 680 milhões em bonds que estão em circulação e deverão ser entregues pelos credores. Esse é o montante que os credores concordaram em entregar à Abra, a preços específicos e com um prêmio pela alienação antecipada e disponibilização de novos recursos.
O documento divulgado pela companhia diz ainda que certos acionistas da Abras concordaram em investir cerca de US$ 175 milhões em dinheiro na Gol e o Grupo Ad-Hoc de credores em aportar US$ 243 milhões na Abra para apoiar a transação. Após o fechamento da transação, a Abra será o maior credor de dívidas garantidas da Gol.