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Impunidade

G-7 promete postura dura, unificada e com sanções contra a Rússia

O comunicado do G-7 também inclui palavras fortes destinadas a conter a crescente agressividade chinesa e norte-coreana no nordeste da Ásia.

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19 de abril de 2023
Vinicius Palermo
G-7 promete postura dura, unificada e com sanções contra a Rússia
O G7 demonstra preocupação com os conflitos globais

Os principais diplomatas do G-7, grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo, prometeram se unir em uma frente contra a invasão da Ucrânia pela Rússia. Com o encerramento de suas reuniões na terça-feira, 18, no Japão, o grupo divulgou um comunicado em que afirma estar comprometido em ampliar as sanções contra Moscou.

“Não pode haver impunidade para crimes de guerra e outras atrocidades, como os ataques da Rússia contra civis e infraestrutura civil crítica”, diz o texto. “Continuamos comprometidos em intensificar as sanções contra a Rússia, coordenando e aplicando-as totalmente”, afirma o comunicado, que ainda reforça o apoio “pelo tempo que for necessário” à Ucrânia.

O comunicado do G-7 também inclui palavras fortes destinadas a conter o que os ministros veem como uma crescente agressividade chinesa e norte-coreana no nordeste da Ásia. Recentemente, a China enviou aviões e navios para simular um cerco a Taiwan. Já a Coreia do Norte testou cerca de 100 mísseis desde o início do ano passado.

O documento dos ministros das Relações Exteriores foi preparado como um modelo para os líderes globais usarem na cúpula do G-7, que será realizada em Hiroshima em maio. O texto ainda menciona Irã, Mianmar, Afeganistão e a proliferação nuclear como “graves ameaças”.

O Kremlin informou na terça-feira que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitou quartéis-generais de tropas do país em regiões ocupadas da Ucrânia. Um vídeo divulgado pelo governo russo mostra Putin no posto do comando militar em Kherson, no sul da Ucrânia. Mais tarde, o líder russo esteve no quartel-general da Guarda Nacional em Luhansk, no leste ucraniano. A Rússia anexou Kerson e Luhansk, além de Donetsk e Zaporizhzhia, em setembro. O ato foi considerado ilegal pela maior parte da comunidade internacional.

O Ministério da Defesa da China publicou comunicado na terça-feira, no qual relata que os ministros da Defesa do país e da Rússia se reuniram em Moscou. A nota oficial de Pequim diz que a parceria bilateral “abrangente” e “estratégica” continua “a se desenvolver em alto nível”, com cooperação próxima das forças militares e também em vários outros campos. As conversas “formais” ocorreram na terça-feira entre o ministro chinês, Li Shangfu, e o russo, Sergei Shoigu.

As autoridades concordaram em desenvolver e reforçar a colaboração estratégica, diz o comunicado chinês. Há também um foco em manter a segurança e a estabilidade global e regional, e concordância sobre “a salvaguarda de seus principais interesses respectivos”. Os dois ministros ainda “se opuseram de maneira decidida a forças externas que interferem em questões internas” de cada país.

A parceria entre a Rússia e Pequim é alvo de críticas de potências do Ocidente, lideradas pelos Estados Unidos, por causa da guerra de Moscou na Ucrânia. O governo russo usou como argumento para invadir o território vizinho a necessidade de proteger populações de russos que viviam em solo ucraniano.