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G-7 aumenta apoio econômico à Ucrânia para US$ 39 bilhões

O grupo reafirmou que além do apoio econômico continuará a trabalhar para aplicar sanções à Rússia, diante do apoio “inabalável” à Ucrânia.

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23 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
G-7 aumenta apoio econômico à Ucrânia para US$ 39 bilhões
A secretária de Tesouro americana, Janet Yellen, falou sobre o apoio econômico

O Grupo dos Sete (G-7), em comunicado, afirmou que, em 2023, aumentou o compromisso de orçamento e apoio econômico à Ucrânia para 39 bilhões de dólares americanos. “Esses compromissos significativos e seu desembolso rápido dão segurança à Ucrânia e permitem que as autoridades protejam o funcionamento do governo, continuem a prestação de serviços básicos, realizem os reparos mais críticos das infraestruturas danificadas e estabilizem a economia”, destaca o texto.

O grupo reafirmou que além do apoio econômico continuará a trabalhar para aplicar sanções à Rússia, diante do apoio “inabalável” à Ucrânia. Além disso, o documento traz que o G-7 vai continuar a trabalhar para fazer cumprir os limites de preço do petróleo russo e derivados e impedir tentativas de burlar a medida.

“Já estamos progredindo nos objetivos da política de teto de preço para evitar que a Rússia lucre com sua guerra de agressão contra a Ucrânia, ao mesmo tempo em que apoiamos a estabilidade nos mercados globais de energia e limitamos os efeitos econômicos negativos da guerra, especialmente em países de baixa e média renda países. A lacuna orçamentária mensal da Rússia atingiu recordes, o que restringirá significativamente sua capacidade de financiar sua guerra ilegal”, diz o texto.

O G-7 também destacou que rejeita a falsa narrativa da Rússia sobre os efeitos colaterais das sanções sobre a segurança alimentar e energética. “Reafirmamos que nossas medidas de sanção contra a Rússia não visam contribuir para a insegurança energética e alimentar, embora essas medidas sejam adaptadas para reduzir a capacidade da Rússia de obter lucros inesperados com as mudanças nos preços globais do petróleo”, defende.

Por fim, o comunicado traz que deve o grupo permanecer atento a riscos negativos, incluindo pressões inflacionárias, ameaças à estabilidade financeira, bem como saídas de capital, especialmente em países em desenvolvimento.

A secretária de Tesouro americana, Janet Yellen, disse que os Estados Unidos querem sanções mais fortes e impostas de modo mais eficaz contra a Rússia, além de apoio adicional para a Ucrânia. Falando na véspera do aniversário de um ano da invasão russa na Ucrânia, ela considerou que as sanções contra Moscou funcionavam, porém acrescentou que mais precisa ser feito para atrapalhar o esforço de guerra russo, enquanto se apoia a Ucrânia.

“Nós buscamos fortalecer as sanções e garantir que respondamos a violações das sanções”, disse Yellen. Segundo a secretária, os russos buscavam alternativas para repor partes e equipamentos e reparar armas danificadas no conflito. A repórteres, ela disse que há um foco em respeitar o cumprimento das sanções existentes “e talvez com respeito a mais sanções”.

Yellen ainda espera mais US$ 10 bilhões em apoio econômico à Ucrânia, além dos mais de US$ 46 bilhões já enviados. O papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesses esforços é “crucial”, comentou. A secretária americana disse esperar uma forte condenação da guerra e seu impacto na economia global no encontro do G-20, mas o tema ainda estava em discussão.

O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) divulgou na quinta-feira também um plano detalhado com as ações prioritárias para melhorar pagamentos transfronteiriços. De acordo com a instituição, o relatório foi entregue para Ministros da Finanças e dirigentes de Bancos Centrais do G-20, durante reunião na Índia.

O documento define um cronograma para atingir metas quantitativas até 2027, fornecendo “responsabilidade e ambição” aos países envolvidos. Entre as ações definidas, estão: efetivar a interoperabilidade e extensão de sistemas de pagamento; finalizar ferramentas jurídicas, regulatórias e de supervisão; e definir padrões de mensagem e intercâmbio de dados transfronteiriços.

Segundo o comitê, iniciativas que não constam no plano de ação serão pausadas em 2023 e retomadas somente quando relevantes, ou caso lideradas por instituições não especificadas no documento.

Além do FSB, o FMI e Banco Mundial devem integrar os esforços para melhorar o sistema de pagamentos internacional, oferecendo assistência técnica para países fora da jurisdição do G-20. O projeto visa conseguir pagamentos transfronteiriços mais baratos, mais rápidos, mais transparentes e mais acessíveis.