Economia
Reajuste

Funcionários da Eletrobras rejeitam proposta de ACT e decidem por greve

A Eletrobras apresentou uma proposta de acordo coletivo que reduzia o salário de quem ganhava abaixo de R$ 16 mil em 12,5%

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05 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Funcionários da Eletrobras rejeitam proposta de ACT e decidem por greve
A Eletrobras apresentou uma proposta de acordo coletivo que reduzia o salário de quem ganhava abaixo de R$ 16 mil em 12,5%

Em assembleias realizadas em todas as bases da Eletrobras no País nos últimos dois dias, os funcionários da empresa privatizada há dois anos decidiram rejeitar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/26 e iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 10, informou o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). A categoria decidiu também pedir a mediação pré-processual no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

“Ainda tem assembleias em bases menores hoje, mas tivemos mais de 90% deliberados”, informou o CNE.  Segundo a Eletrobras, as bases que tiverem aceitado o acordo receberão abonos salariais na próxima sexta-feira, 7.

A Eletrobras apresentou uma proposta de acordo coletivo que reduzia o salário de quem ganhava abaixo de R$ 16 mil em 12,5%, corte reduzido para 10% e depois retirado da mesa.

Na proposta final, apresentada na quinta e última reunião entre as partes, no dia 23 de maio, a empresa manteve o corte para quem ganha acima de R$ 16 mil, mas por meio de negociações individuais. A data de vigência do ACT atual termina em 7 de junho.

Pela proposta, os salários atuais para quem ganha mais de R$ 6 mil ficariam sem reajuste por dois anos, e quem ganha abaixo disso receberia 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também durante a vigência do ACT 2024/26.

Os benefícios recebidos pelos empregados também não terão reajustes no período. O CNE acusa a empresa de fazer pressão sobre os empregados para aprovação do acordo, com o pagamento do abono de R$ 9 mil até sexta-feira, enquanto as perdas com o novo ACT, em dois anos, seriam de R$ 51 mil, em média, para cada trabalhador.

A Eletrobras informou que ainda não tem um posicionamento sobre a possível greve que foi convocada pelos empregados em protesto contra o Acordo Coletivo do Trabalho (ACT) 2024/26. Segundo a companhia, com o resultado das assembleias, o acordo “será prontamente assinado com os sindicatos que aprovaram a proposta e seus direitos e garantias passarão a ter efeitos imediatos”, explicou a Eletrobras em nota.

De acordo com a empresa, privatizada em junho de 2022, a proposta de acordo coletivo apresentada aos empregados da Eletrobras foi resultado de uma intensa negociação nos últimos dois meses.

“A empresa ouviu as demandas dos sindicatos e apresentou inúmeras flexibilizações, atendendo a maior parte delas. Entre os avanços negociados pela Eletrobras estão a criação de mecanismos como abono salarial, garantia de emprego ou salário, correção por IPCA e manutenção de salários”, disse a companhia em nota.