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Forças ucranianas estão progredindo, mas aumento de apoio continua crucial

Na Cúpula de Vilnius, os aliados também tomarão medidas para fortalecer ainda mais a dissuasão e a defesa, inclusive com novos planos regionais.

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17 de junho de 2023
Vinicius Palermo
Forças ucranianas estão progredindo, mas aumento de apoio continua crucial
Secretário da OTAN, Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou na sexta-feira, 16, que as forças ucranianas intensificaram as operações ao longo da linha de frente e estão progredindo, mas que enfrentam terreno difícil, tropas russas entrincheiradas e combates ferozes.

Em comunicado após a reunião de ministros da Defesa da organização, ele sublinhou que o aumento do apoio à Ucrânia continua crucial.

O encontro foi o último antes da reunião dos líderes da Otan deste ano, que acontece em Vilnius, na Lituânia, nos dias 11 e 12 de julho.

O secretário destacou ainda que a organização está trabalhando para estabelecer um novo Conselho Otan-Ucrânia, onde a Ucrânia e os aliados consultarão e decidirão sobre questões de segurança em igualdade de condições. “Nossa ambição é ter a primeira reunião do novo Conselho em Vilnius, com o presidente Volodymyr Zelensky”, afirmou.

Na Cúpula de Vilnius, os aliados também tomarão medidas para fortalecer ainda mais a dissuasão e a defesa, inclusive com novos planos regionais.

Stoltenberg destacou que, pela primeira vez desde a Guerra Fria, os países membros da Otan estão “conectando totalmente o planejamento de nossa defesa coletiva com o planejamento de nossas forças, capacidades e comando e controle” e que a Otan terá mais de 300 mil soldados em alta prontidão, apoiado por capacidades aéreas e marítimas substanciais “para defender cada centímetro do território aliado contra qualquer ameaça”.

Ele disse que espera que os aliados da Otan assumam um compromisso mais ambicioso de investimento em defesa em Vilnius, com 2% do PIB para gastos com defesa como um piso, não um teto.

O Grupo de Planejamento Nuclear da Otan também se reuniu para discutir os aspectos nucleares do atual ambiente de segurança e a adaptação em andamento da dissuasão.

Os danos de longo prazo à agricultura da Ucrânia, causados pela explosão da barragem de Kakhovka, no Sudeste do país, devem ser piores do que o esperado inicialmente. Problemas com inundações, problemas de irrigação e falta de energia elétrica devem continuar prejudicando a produção agrícola da região nos próximos anos, como aponta um relatório da consultoria UkrAgroConsult.

O perigo imediato é que atualmente 600 km2 da região de Kherson foram inundados, sendo que mais de dois terços do território é ocupado pela Rússia. Segundo o relatório, 100 mil toneladas de grãos e oleaginosas armazenadas foram perdidas. Além disso, 10 mil hectares de terras agrícolas à direita do rio Dnipro foram inundados.

“Infelizmente, essa é a estimativa das perdas não apenas para a próxima temporada 2023/24, mas também para as próximas quatro ou cinco temporadas. Este será o tempo necessário para reconstruir a barragem”, diz o relatório, citando declaração do vice-ministro de Política Agrária da Ucrânia, Taras Vysotskyi.

Ele também estima em vários milhões de toneladas as perdas diretas e indiretas de grãos e oleaginosas devido à incapacidade de irrigação, mas afirma que elas poderiam ser parcialmente compensadas pela aplicação de fertilizantes mais potentes, de acordo com o documento.