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Pouso suave

FMI revê para cima previsão e espera que Reino Unido cresça 0,7% neste ano

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que o crescimento do Reino Unido se recupera mais rápido que o esperado e vê o país se aproximar de um “pouso suave”, após “leve recessão técnica em 2023”.

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21 de maio de 2024
Vinicius Palermo
FMI revê para cima previsão e espera que Reino Unido cresça 0,7% neste ano
Segundo o FMI, a inflação ao consumidor desacelera mais rápido do que o previsto no ano passado

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que o crescimento do Reino Unido se recupera mais rápido que o esperado e vê o país se aproximar de um “pouso suave”, após “leve recessão técnica em 2023”. O FMI projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) avance 0,7% neste ano, acima da alta de 0,5% projetada em abril, e que cresça 1,5% em 2025. A avaliação e a projeção atualizada estão em comunicado para concluir uma missão do Fundo ao país, no contexto do Artigo IV das regras de funcionamento do organismo internacional.

Segundo o FMI, a inflação ao consumidor desacelera mais rápido do que o previsto no ano passado e deve retornar de modo duradouro à meta no início de 2025 no país. Ele diz que, nesse quadro, o momento e o ritmo dos cortes de juros precisam ser avaliados com cuidado, a fim de se equilibrar riscos de agir de modo prematuro ou atrasado. Também avalia que a política fiscal “tem sido apropriadamente apertada”, mas projeta “escolhas difíceis” no médio prazo para estabilizar a dívida pública, diante de pressões significativas de serviços públicos e investimento crítico necessário.

O fundo ainda diz que o sistema financeiro do Reino Unido segue “saudável”, embora a vigilância continuada seja necessária, e comenta que é importante mitigar riscos oriundos de instituições financeiras não bancárias. Defende também reformas estruturais ambiciosas para impulsionar o potencial econômico e apoiar o padrão de vida, bem como que o país mantenha o rumo de suas políticas climáticas para cumprir suas metas “ambiciosas” de reduzir emissões.

Em seu comunicado, o FMI também comenta revisão recente na atuação do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), conduzida pelo Nobel Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Segundo o Fundo, a revisão dá ao BoE uma oportunidade para fortalecer suas estruturas de dados e projeções, bem como sua comunicação.

O FMI recomenda que o BoE corte sua taxa básica de juros em 50 a 75 pontos-base até o fim do ano. Em comunicado sobre a economia do Reino Unido, o Fundo avalia que, após chegar a um ponto de inflexão, o próximo passo do BoE é relaxar sua política monetária.

O FMI, porém, ressaltou ser importante que o BoE siga monitorando a evolução dos dados econômicos de perto, em especial números de inflação e do mercado de trabalho, nas próximas semanas. Neste contexto, o Fundo avalia ser “apropriada” a postura do BoE de definir sua política monetária a cada reunião. No último dia 9, o BoE deixou sua principal taxa de juros inalterada em 5,25% pela sexta vez consecutiva.