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FMI diz que retirada de restrições na China deve mitigar custos econômicos

FMI recomenda a China encontre um equilíbrio entre a mitigação dos impactos econômicos da Covid-19 e a proteção de vidas.

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10 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
FMI diz que retirada de restrições na China deve mitigar custos econômicos
A China vive nova realidade com o fim da política de zero covid.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda que, ao relaxar as rígidas restrições para controle do coronavírus, a China encontre um equilíbrio entre a mitigação dos impactos econômicos e a proteção de vidas.

Em relatório divulgado na sexta-feira, 10, a instituição ressalta que o país asiático deve trabalhar para ampliar a vacinação completa da população, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis. O FMI também acredita que o governo precisa investir em uma boa estratégia de comunicação.

Par o FMI, as medidas ” de contenção devem continuar a ser gradualmente ajustadas, tornando-as mais flexíveis e menos restritivas para a atividade econômica”.

Para acelerar a recuperação econômica, o governo chinês deve redirecionar estímulos fiscais do setor de infraestrutura para incentivos ao consumo privado, argumenta o FMI.

A instituição explica que a segunda maior economia do planeta está operando abaixo do potencial, enquanto a política monetária segue acomodatícia. “Esses fatores conjunturais sugerem que o impacto de uma política fiscal expansionista sobre a atividade econômica seria reforçado”, avalia.

O FMI lembra que, durante a pandemia, Pequim tem adotado um crescimento no número de instrumentos quantitativos na sua política monetária, como intervenções na oferta de crédito dos bancos. Para o fundo, essas medidas são importantes, mas não podem substituir os juros como ferramenta primária.

Os bancos da China ampliaram fortemente a concessão de empréstimos no mês passado, à medida que o governo chinês se mobilizou para impulsionar o crescimento econômico após quase três anos de restrições motivadas pela pandemia de covid-19.

Em janeiro, os bancos chineses liberaram 4,9 trilhões de yuans (US$ 722,64 bilhões) em novos empréstimos, montante bem superior ao 1,4 trilhão de yuans repassados em dezembro.
A cifra de janeiro superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 4,2 trilhões de yuans em novos empréstimos.

O financiamento social total, uma medida mais ampla do crédito na economia chinesa, saltou para 5,98 trilhões de yuans em janeiro, ante 1,31 trilhão de yuans em dezembro.

A base monetária da China (M2), por sua vez, teve acréscimo anual de 12,6% em janeiro, ganhando força ante a alta de 11,8% de dezembro. O resultado do mês passado veio bem acima da projeção do mercado, de incremento de 11,5%.

A taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) da China subiu 2,1% em janeiro, segundo dados oficiais do escritório de estatísticas chinês (NBS). O resultado apresentou ritmo pouco menor do que esperado por analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 2,2% Já a inflação ao produtor (PPI) da China teve queda anual de 0,8% em janeiro. O consenso no levantamento do WSJ era de recuo menos acentuado, de 0,5%. Em relação a dezembro, o CPI chinês aumentou 0,8% em janeiro, enquanto o PPI diminuiu 0,4%.