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Risco alto

FMI diz que falta de acordo em teto da dívida teria impacto nos EUA

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, advertiu para os riscos da falta de um acordo.

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24 de maio de 2023
Vinicius Palermo
FMI diz que falta de acordo em teto da dívida teria impacto nos EUA
Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, advertiu na terça-feira, 23, para os riscos de que lideranças políticas nos Estados Unidos não cheguem a um acordo para a elevação do teto da dívida do governo federal, expondo o país a um risco de calote.

“É evidente que a falta de um acordo no teto da dívida teria um impacto prejudicial, na economia americana e no mundo”, afirmou ela, durante entrevista coletiva que tinha como foco uma revisão do Fundo sobre o Reino Unido.

Georgieva disse que, historicamente, as discussões sobre o teto da dívida dos EUA “têm sido bastante tensas, mas sempre resultam em uma solução encontrada”.

Ela se disse “ansiosa” para que uma solução seja novamente encontrada, diante das implicações potenciais “não desejadas”. Georgieva ainda acrescentou que espera que as conversas para decidir sobre o tema em Washington “não sigam até a última hora”

A diretora-gerente do FMI recomendou também que a política monetária do Reino Unido se mantenha apertada, de forma que as taxas de juros do país sigam mais altas por um “período mais longo”.

De acordo com Georgieva, a inflação do Reino Unido segue alta, como reflexo da guerra da Rússia e do mercado de trabalho forte. Ainda, a diretora destacou que o Fundo elevou a projeção de crescimento britânico em 2023, de contração de 0,3% previsto em fevereiro, para crescimento de 0,4%, devido à boa resposta do país em relação à turbulência bancária ocorrida nos Estados Unidos desde março.

Na mesma coletiva, o ministro de Finanças britânico, Jeremy Hunt, reconheceu que a inflação e os preços de energia seguem sendo desafios no Reino Unido, como apontado no relatório do FMI, mas afirmou que os resultados confirmam que o país está “no caminho certo”.

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês), Andrew Bailey, disse na terça-feira (23) que a inflação atual do Reino Unido está mais alta do que se esperava, mas já “superou sua pior fase”. Em audiência no Parlamento britânico, Bailey comentou que a inflação de serviços está se comportando mais ou menos como se previa em fevereiro, mas admitiu que o BoE subestimou a força dos preços de alimentos.

Bailey também reiterou que o BoE irá ajustar suas taxas de juros conforme for necessário para levar a inflação de volta à sua meta oficial, de 2%.

Também ecoando alerta que o BoE fez em sua última decisão de política monetária, quando o juro básico britânico foi elevado em 25 pontos-base, a 4,50%, Bailey disse que se houver “evidências de pressões” de preços mais persistentes, novo aperto da polícia monetária será necessário.