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Custos altos

Fed diz que preços subiram moderadamente nos EUA

O Livro Bege do Fed aponta que contatos na maioria dos distritos “esperam um ritmo similar de altas nos preços nos próximos meses”.

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01 de junho de 2023
Vinicius Palermo
Fed diz que preços subiram moderadamente nos EUA
O diretor do FED, Philip Jefferson

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) afirma, em seu Livro Bege publicado na quarta-feira, 31, que os preços “subiram moderadamente” no período que abrange a elaboração do documento, um sumário de opiniões que embasa as decisões de política monetária nos Estados Unidos. Segundo ele, o ritmo da alta dos preços “desacelerou em muitos distritos” do país.

O Livro Bege aponta que contatos na maioria dos distritos “esperam um ritmo similar de altas nos preços nos próximos meses”. Os preços ao consumidor continuam a subir diante da “demanda sólida e dos custos crescentes”, mas vários distritos apontam maior sensibilidade a elevações nos preços por consumidores que no relatório anterior.

No geral, os custos relacionados a insumos exceto trabalho aumentaram, “mas muitos contatos disseram que as pressões de custos têm diminuído e notaram declínios nos preços para alguns insumos, como transporte naval e certas matérias-primas”, diz o Livro Bege.

Já os preços de residências e aluguéis “subiram levemente, no balanço, na maioria dos distritos, após crescimento pequeno no período anterior.

O diretor do Federal Reserve, Philip Jefferson afirmou que uma decisão de manter os juros “em uma próxima reunião não deveria ser interpretada como se tivéssemos chegado ao pico na taxa para este ciclo”. Segundo ele, “pular uma alta de juros” em uma reunião daria ao BC dos EUA mais tempo para avaliar mais indicadores, antes de tomar decisões sobre a extensão do aperto monetário adicional ainda necessário.

A declaração de Jefferson, que vota nas decisões de política monetária do Fed, foi dada durante discurso sobre estabilidade financeira e a economia dos EUA, em conferência em Washington. Segundo ele, eventos de “estresse bancário recente” foram um lembrete de que riscos e vulnerabilidades nos mercados financeiros “estão continuamente mudando”.

Jefferson considera que os mercados financeiros e as instituições desse segmento no país “permanecem resilientes, mesmo que riscos e vulnerabilidades na estabilidade no sistema financeiro dos EUA tenham crescido desde eventos recentes de estresse”.

Para ele, as condições no setor bancário têm se estabilizado graças, em parte, a ações decisivas emergenciais tomadas em março pelo Fed, pela Federal Deposit Corporation (FDIC) e pelo Tesouro. O Fed, usando instrumentos existentes regulatórios e de supervisão, trabalha para garantir que os bancos “melhores e atualizem” suas práticas de liquidez, financiamento imobiliário comercial gerenciamento de risco com taxa de juros.

O diretor do Fed diz esperar que os gastos e o crescimento “sigam bem lentos ao longo do restante de 2023” nos EUA, por causa das condições apertadas no mercado financeiro, do sentimento fraco do consumidor, da maior incerteza e da queda na poupança dos consumidores. Na avaliação dele, a inflação tem caído, mas segue “muito elevada ainda”.

Algumas medidas mostram progresso para que os preços desacelerem recentemente, particularmente no núcleo do setor de serviços, apontou. Segundo ele, é razoável esperar que estresses recentes levem bancos a apertar mais seus padrões para concessão de crédito, em magnitude ainda a ser mensurada, o que traz impacto ainda não claro para a economia e complica as projeções econômicas.

Jefferson diz que seu cenário-base não é de recessão. Ao mesmo tempo, juros mais altos e receita menor podem fazer com que empresas tenham mais dificuldade no serviço da dívida. Além disso, juros mais elevados podem exacerbar estresses em organizações financeiras, sobretudo as expostas a ativos de mais longa duração e com nível relativamente alto de depósitos não segurados no total de seus depósitos, afirmou ele.