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Febraban mostra que expansão do crédito deve desacelerar em fevereiro

Segundo a Febraban, em janeiro o crescimento ficou em 13,6%, também no comparativo anual; a variação indica uma acomodação.

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25 de março de 2023
Vinicius Palermo
Febraban mostra que expansão do crédito deve desacelerar em fevereiro
Entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês deste ano, a maior alta deve ser nas carteiras de crédito com recursos direcionados, em que a projeção é de alta de 14,2%.

O crescimento do crédito no Brasil deve desacelerar em fevereiro, com crescimento de 12,9% em relação ao mesmo mês de 2022, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em janeiro, o crescimento ficou em 13,6%, também no comparativo anual; a variação indica uma acomodação, na visão da entidade.

Em relação a janeiro deste ano, o saldo de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) deve ficar em 0,3%, segundo a pesquisa O arrefecimento da atividade econômica, a alta na inadimplência, os juros altos e o caso Americanas devem pressionar o crescimento da carteira, ainda de acordo com a Febraban.

Entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês deste ano, a maior alta deve ser nas carteiras de crédito com recursos direcionados, em que a projeção é de alta de 14,2%. No crédito com recursos livres, a projeção do setor é de crescimento de 12%. O mesmo descompasso deve ser observado entre janeiro e fevereiro, com alta de 0,6% no crédito direcionado, e de 0,1% no livre.

Entre as empresas, a carteira direcionada deve ter melhor desempenho no comparativo anual, com alta de 7,9%, enquanto a carteira com recursos livres deve crescer 6,4%, abaixo dos 8,1% de janeiro. Os empréstimos sem direcionamento devem ser os mais afetados pelo caso Americanas, em especial nas linhas de desconto de recebíveis, segundo análise da Febraban.

No caso do segmento de pessoas físicas, a entidade destaca que o melhor desempenho anual deve vir da carteira direcionada, com alta de 17,7%, diante do bom desempenho do crédito rural e da resiliência do crédito imobiliário, mesmo diante da alta dos juros que eleva as taxas cobradas dos tomadores.

Ao todo, o crédito para pessoas físicas deve se expandir 0,2% em um mês, e 17,1% em um ano. O crédito para empresas, por sua vez, deve crescer 0,4% e 7%, respectivamente.

As concessões de crédito devem cair 8,6% entre janeiro e fevereiro, ou 5,8% se feita a média de concessões por dia útil. Em 12 meses, a expectativa é de um crescimento da ordem de 17,2%, puxado pelo crédito para pessoas físicas (+19,1%).

Segundo a federação, o crescimento da média de concessões por dia útil em fevereiro ante janeiro é menor que o visto nos meses de fevereiro da série histórica. Deste modo, os números do Banco Central com ajuste sazonal devem vir próximos da estabilidade ou ligeiramente negativos.

Na visão da entidade, isso mostra que a pesquisa não capturou uma restrição grande nas concessões, mesmo com o efeito do caso Americanas e com a desaceleração da economia do País no período.

A pesquisa da Febraban leva em conta os dados dos principais bancos do País, e serve como uma espécie de prévia da Nota de Crédito do Banco Central. A Nota de fevereiro será conhecida na próxima semana.