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Fávaro apresenta proposta de R$ 1 bilhão para equalizar Plano Safra

Do montante total, segundo Fávaro, R$ 17 bi serão destinados a investimentos e R$ 13 bi para custeio, para pequenos e médios produtores.

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08 de março de 2023
Vinicius Palermo
Fávaro apresenta proposta de R$ 1 bilhão para equalizar Plano Safra
Carlos Fávaro disse ainda que a fonte para a complementação de R$ 1 bilhão ao plano agrícola será discutida pela equipe técnica da Fazenda

O ministro da Agricultura, Ele disse ainda que a fonte para a complementação de R$ 1 bilhão ao plano agrícola será discutida pela equipe técnica da Fazenda, disse que o governo negocia a suplementação de R$ 1,030 bilhão para equalização de crédito para o Plano Safra 2022/23, que se encerra em 30 de junho. A articulação foi iniciada em reunião no período da manhã de quarta-feira, 8, entre Fávaro e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Viemos trazer a preocupação que o setor está há alguns meses com demanda reprimida de crédito, sem liberação das linhas de crédito para pré-custeio, custeio e investimento. Trouxemos ao ministro Haddad a proposta de complemento de recursos disponíveis para o Plano Safra 2022/23, de R$ 1 bilhão para equalização de taxa de juros, o que traria R$ 30 bilhões em recursos”, afirmou o ministro a jornalistas, ao deixar o Ministério da Fazenda, onde se reuniu com Haddad. “Entendemos que esse valor é suficiente para chegarmos até o próximo Plano Safra.”

Do montante total, segundo Fávaro, R$ 17 bilhões serão destinados a investimentos e R$ 13 bilhões para custeio, para pequenos e médios produtores. Do valor destinado a investimentos, a maior parcela irá para o Moderfrota, principal linha de financiamento de máquinas agrícolas, com verbas também para o Programa de Ampliação e Construção de Armazéns (PCA) e para o Proirriga.

O ministro citou que neste momento, em meio ao represamento de recursos, ocorre o grande circuito de feiras agrícolas, onde o produtor necessita das linhas de financiamento para novos investimentos. “É a hora que o produtor faz negócio, que adquire equipamento, máquinas e insumos para a próxima safra. Por isso, viemos trazer proposta de que o Tesouro possa fazer um complemento de recursos disponíveis para termos certeza que chegaremos até o próximo Plano Safra com recursos para produtor dar continuidade nas compras”, acrescentou.

Ele disse ainda que a fonte para a complementação de R$ 1 bilhão ao plano agrícola será discutida pela equipe técnica da Fazenda, não sabendo ainda se virá de orçamento adicional das pastas ou de remanejamento de recursos do plano pelo Tesouro. “Será feito. Ele verá como será a forma. A suplementação com urgência do Plano Safra 2022/23 é um pedido do presidente Lula”, afirmou.

Segundo Fávaro, Haddad recebeu a proposta “positivamente”. Ele disse que já houve uma sinalização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o tema, sendo que o próprio Lula articulou a agenda entre os ministros. “É um desejo do presidente Lula alavancar o agronegócio e que foi transmitido ao ministro Haddad Tenho certeza que isso muito em breve estará disponível aos produtores. A vontade política já está tomada, agora serão as formalidades técnicas”, afirmou. “Haddad vai determinar à equipe dele imediata construção da liberação dos recursos.”

As discussões para construção do Plano Safra 2023/24, válido a partir de 1º de julho, entre Fazenda e Agricultura também foram iniciadas, de acordo com Fávaro. “Viemos conversar sobre o Plano Safra 2023/2024, que vai começar a ser estudado. As equipes já estão trabalhando. Trabalharemos para ampliar e modernizar o Plano Safra, o fortalecimento do programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que será a linha mestra do nosso Plano Safra novo”, antecipou.

O ministro disse ainda que a negociação para a retomada das exportações de carne bovina para a China está na fase final, após o caso isolado e atípico do mal da vaca louca identificado em um animal no Pará. “É uma negociação protocolar que está sendo seguida. Terminamos o protocolo e mostramos a segurança do nosso sistema. Vamos restabelecer mercado com a China e outros países. Percebemos que está na fase final”, disse o ministro durante evento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Os embarques para o país asiático foram suspensos voluntariamente pelo Brasil no dia 22 de fevereiro.
Segundo o ministro, até o momento a China não solicitou o envio de uma comitiva brasileira para a reabertura das exportações, conforme prevê o protocolo bilateral. “Por enquanto, não houve nenhuma solicitação nesse sentido. Sugeri enviar secretários de defesa agropecuária e relações internacionais, mas a resposta foi que estão satisfeitos com a agilidade do processo”, afirmou.

ministro disse acreditar que o prejuízo dos dias sem exportar à China possa ser recuperado ao longo do ano. “Em 2021, quando o embargo superou 100 dias, o Brasil deixou de faturar em torno de R$ 13 bilhões com as exportações para a China. Neste ano, se tivermos de 15 a 20 dias de suspensão, é factível de recuperarmos ao longo do ano”, acrescentou. Além da China, Irã, Jordânia e Tailândia também suspenderam temporariamente as importações da carne bovina brasileira.

O ministro afirmou que a “bola” está com a China neste momento para retomada das exportações brasileiras de carne bovina para Pequim.

Fávaro disse que o governo brasileiro prestou todas as informações sobre o caso e esclareceu os questionamentos chineses na terça-feira, durante uma reunião por videoconferência com autoridades sanitárias do país asiático.

Hoje, a bola está com o governo chinês, estão analisando todas as informações que repassamos”, disse.
Fávaro também adiantou que vai antecipar sua ida com a equipe técnica para a China, a fim de “deixar tudo preparado”, junto com o Itamaraty, para a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visita o país no fim do mês.

“Estou marcando próximo ao dia 20, 22 estar lá. O presidente chega no dia 28, 29”, disse o ministro. “Agora é aguardar a China, se querem informações complementares. Se necessário, vou fazer presencialmente. Acho que assim se cria credibilidade, respeito e a oportunidade de ampliação dos mercados”, completou.