As Nações Unidas apoiam a realização da Conferência Internacional em Solidariedade 2023 com os Refugiados e Migrantes Venezuelanos e seus Países e Comunidades Anfitriãs.
Em dois dias, a meta é mobilizar US$ 1,72 bilhão para apoiar 3,41 milhões de venezuelanos e pessoas que os acolhem em 17 países. O Canadá e a União Europeia coorganizam o evento que começa nesta quinta-feira em Genebra.
Até sexta-feira, a reunião em Genebra reúne representantes de governos, entidades internacionais, agências da ONU, doadores, setor privado e sociedade civil, incluindo refugiados e migrantes.
Os organizadores ressaltam que somente a região da América Latina e Caribe abriga e integra acima de 6 milhões de venezuelanos.
O objetivo é manter a atenção sobre a crise e assegurar que prossiga o apoio aos países de acolhimento. Quase 7,2 milhões de venezuelanos deixaram seu país nos últimos anos, segundo a Organização Internacional para Migração, OIM, e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.
As duas agências pedem mais apoio internacional ao Plano Regional de Resposta a Refugiados e Migrantes para 2023. As prioridades são atender questões de necessidades, integração e inclusão dos beneficiários nos sistemas nacionais.
No ano passado, o evento arrecadou US$ 1,79 bilhão. Deste valor, somente 37,8% foram recebidos dos doadores. Em 2021, houve promessas de US$ 2,3 bilhões na conferência solidária.
Este ano, o foco da reunião está na ação coordenada para a conexão das áreas humanitária, de desenvolvimento e estabilização. Atualmente, fundos da comunidade internacional financiam a regularização dos venezuelanos e o acesso à documentação que permitem direitos e serviços essenciais.
Para a ONU, é preciso que o mundo continue os esforços para proteger refugiados e migrantes da Venezuela e, ao mesmo tempo, invista nas comunidades de acolhida.
Com fundos adicionais, os países vizinhos da Venezuela poderão ampliar as opções e a estabilidade aos venezuelanos e seus anfitriões. Eles não podem ser esquecidos “meio às inúmeras crises humanitárias em todo o mundo.”
As necessidades continuam sendo as mais básicas, incluindo alimentação, saúde, educação e moradia. A condição de fragilidade de milhões de cidadãos aumenta com a alta do custo de vida, os efeitos da pandemia e a falta de documentação ou estatuto regular, aliados a altas taxas de desemprego.
O Acnur e a OIM dizem que agora é a hora de agir, pensar em soluções e investir nos venezuelanos que abraçaram oportunidades nos países vizinhos.
Ao mesmo tempo, as agências da ONU pedem que continue o auxílio de emergência aos mais vulneráveis e em movimento, bem como o incremento do apoio às comunidades de venezuelanos que acolhem os retornados ao país.