Mundo
Restrições

EUA criaram 187 mil postos de trabalho em julho

O Departamento do Trabalho revisou para baixo os números de criação de postos de trabalho de junho, de 209 mil para 185 mil, e também de maio, de 306 mil para 281 mil.

Compartilhe:
05 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
EUA criaram 187 mil postos de trabalho em julho
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee

A economia dos Estados Unidos criou 187 mil empregos em julho, em termos líquidos, segundo dados publicados na sexta-feira, 4, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou abaixo da mediana de expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 205 mil vagas
Já a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,5% em julho, ante 3,6% em junho. O consenso do mercado para o mês passado era de manutenção da taxa em 3,6%.

O Departamento do Trabalho revisou para baixo os números de criação de postos de trabalho de junho, de 209 mil para 185 mil, e também de maio, de 306 mil para 281 mil.

Em julho, o salário médio por hora teve alta de 0,42% em relação a junho, ou US$ 0,14, a US$ 33,74, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,36% no último mês, também superior à previsão de 4,20%.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que o mercado de trabalho dos Estados Unidos caminha para um quadro de maior equilíbrio. Em entrevista à Bloomberg TV, ele disse que os números do payroll (dado de emprego dos EUA) divulgados na manhã desta sexta-feira vieram conforme sua expectativa Goolsbee se mostrou também otimista sobre a possibilidade de o Fed conseguir conter a inflação sem provocar grande piora da economia.

Com direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Goolsbee comentou que as duas leituras mais recentes da inflação de serviços foram “muito positivas”, na sua avaliação.

Ele afirmou que as duas leituras mais recentes da inflação de serviços foram “muito positivas” e vê números recentes “promissores” na inflação nos EUA, inclusive no núcleo.  Segundo a autoridade, é possível manter a política monetária em nível restritivo o suficiente, sem provocar uma grande recessão.

O presidente do Fed de Chicago considerou que a política monetária já está em nível restritivo e disse que será preciso, agora, debater o quanto ela teria de ser mantida nesse ponto, antes de um relaxamento adiante.

Questionado sobre o rebaixamento do rating dos Estados Unidos pela Fitch, Goolsbee comentou que a novidade não deve fazer muita diferença, e reafirmou a importância dos Treasuries no mercado global.
Goolsbee também lembrou que, para muitos, o Fed não conseguiria conter a inflação sem provocar grande piora na economia, mas acrescentou que aparentemente o BC americano pode ter um caminho para conseguir o almejado “pouso suave” na economia do país.

Já o presidente da distrital do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, comentou que os dados do payroll vieram de acordo com suas expectativas, sinalizando uma desaceleração ordenada do mercado de trabalho e da economia dos Estados Unidos.

Bostic afirmou ainda que os dados refletem as taxas restritivas do Fed, sinalizando que novas elevações dos juros podem ser desnecessárias neste contexto.

“Estamos em uma instância restritiva e conforme a inflação cai, o nível restritivo aumenta na economia real devido a diferença entre as taxas de juros e os preços”, observou ele.

Contudo, o dirigente projeta que a instância restritiva deve ser mantida até boa parte de 2024, descartando a possibilidade de cortes neste período. Bostic não vota nas decisões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto.