O governo Biden pediu à China para não usar visitas planejadas da presidente de Taiwan aos EUA como pretexto para intensificar as tensões bilaterais, com o argumento de que a viagem é consistente com outras que ocorreram sem incidentes. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, planeja fazer paradas em Nova York e Los Angeles nas próximas semanas, durante viagens formais a Guatemala e Belize.
Essas paradas fazem parte da tensa coreografia diplomática relacionada a Taiwan e visam cumprir o compromisso dos EUA com Pequim de manter relações não oficiais com a ilha, permitindo, ao mesmo tempo que seus líderes se encontrem com apoiadores, incluindo membros do Congresso americano.
Tsai deverá desembarcar em Nova York na noite de 29 de março e partir para a América Central na noite de 31 de março, segundo informou sua porta-voz na terça-feira, 21. Na viagem de volta, a presidente planeja fazer uma parada em Los Angeles na noite de 4 de abril, antes de retornar a Taiwan, dois dias depois.
Presidentes de Taiwan têm feito visitas de passagem por sucessivas administrações dos EUA, segundo comentou um alto funcionário do governo na segunda-feira, 20. Desde que se tornou presidente, em 2016, Tsai fez seis paradas do tipo até 2019, “sem incidentes e com reação mínima da China”, disse o funcionário.
“Não vemos razão para Pequim transformar essas paradas, mais uma vez consistentes com a política de longa data dos EUA, em algo diferente do que é”, disse o funcionário. “Elas devem ser usadas como pretexto para intensificar qualquer atividade agressiva ao redor do Estreito de Taiwan,” acrescentou.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, chegou em Kiev, na Ucrânia, para uma visita surpresa, horas depois que o presidente da China, Xi Jinping, desembarcou na Rússia para uma viagem de três dias. A invasão russa à Ucrânia será o tema das conversas em ambos os encontros.
O premiê japonês se encontrará com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e irá “mostrar respeito pela coragem e paciência do povo ucraniano, que está se erguendo para defender sua pátria sob a liderança de Zelenski”. Ainda, Kishida irá demonstrar “solidariedade e apoio inabalável à Ucrânia como líder do Japão e presidente do G-7”, indicou o Ministério das Relações Exteriores japonês.
Kishida também irá declarar “rejeição absoluta” à invasão russa e “afirmará seu compromisso de defender a ordem internacional baseada em regras”, disse o comunicado do ministério.
Na Rússia, em uma reunião na segunda-feira (20) com o primeiro-ministro do país, Mikhail Mishustin, Xi Jinping disse que convidou Putin a visitar a China em algum momento deste ano para participar de uma reunião da iniciativa regional “One Belt, One Road”, que busca estender a influência de Pequim por meio de projetos de cooperação econômica.