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Espírito Santo adquire ferramenta que detecta incêndios

O novo sistema abarcará 100% do território do Espírito Santo e terá capacidade de indicar seca no solo em áreas a partir de 9 metros quadrados. Este ano, mais de 5 mil hectares de área foram queimados.

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20 de setembro de 2024
Espírito Santo adquire ferramenta que detecta incêndios
Foto: Tomaz Silva - Agência Brasil

O governo do Espírito Santo adquiriu uma nova ferramenta para monitorar diariamente toda a vegetação do Estado e emitir alertas, em tempo real, de desmatamento ilegal e de focos de incêndio. De acordo com nota da Secretaria de Agricultura capixaba, o Sistema Brasil Mais, que será gerido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, será utilizado na Central de Monitoramento de Florestas do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo.

“Ao detectar focos de incêndio rapidamente, será possível mobilizar equipes de combate a incêndios e evitar que as chamas se espalhem, minimizando os danos”, diz a pasta na nota. O governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), diz no comunicado que o sistema deve “reforçar o trabalho de monitoramento do desmatamento ilegal e hoje, especialmente, o dos focos de incêndio”.

O sistema atual compreende apenas 15% do Estado. Já este novo sistema abarcará 100% do território do Espírito Santo e terá capacidade, também, de indicar seca no solo em áreas a partir de 9 metros quadrados. Permitirá, além disso, ao longo dos anos, acompanhar projetos de restauração florestal.
Este ano, no Espírito Santo, segundo a nota, mais de 5 mil hectares de área foram queimados, com 71 municípios em situação crítica de estiagem, o que potencializa a ocorrência de incêndios.

A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, afirmou que os produtores rurais brasileiros estão tendo um “prejuízo enorme” com as queimadas que se espalharam pelo País. “Os proprietários estão tendo um prejuízo enorme. Esse é um período em que a garapa da cana de açúcar, como a gente chama, está altamente densa, a temperatura faz com que essa garapa fique caramelizada e constitua prejuízo para o produtor”, declarou a ministra.

Marina ressaltou que o Estado de São Paulo é o que mais tem estrutura para combater incêndios, mas, mesmo assim, precisou pedir ajuda ao governo federal. “Na conversa que tive com o governador Tarcísio (de Freitas), ele me dizia: a sensação que tenho é como se estivéssemos colocando uma gota d’água”, contou.

A ministra defendeu o aumento da pena para quem provoca incêndios, assunto que está em debate entre o Palácio do Planalto e o Congresso. “Se alguém chegar e colocar fogo dentro da nossa casa, isso tem um nome, é crime hediondo. Agora, alguém toca fogo no seu canavial, na sua fazenda e tem uma pena de dois a seis anos no máximo. É um debate profícuo”, disse Marina.

Marina apresentou dados sobre as queimadas no País, mas disse que os números ainda serão atualizados. Neste ano, até 15 de setembro, houve 690 incêndios em todo o território nacional, segundo a ministra. Desse total, afirmou, 298 foram extintos, cerca de 179 estão controlados, 108 estão sendo combatidos e 106 não contam com nenhuma forma de combate, devido a situações de difícil acesso.

“Temos 58% do nosso território em situação de seca e cerca de um terço do nosso território em situação de seca severa. A proibição que foi feita pelos governadores dos Estados do uso do fogo é fundamental e foi fundamental. Nesse momento, todo e qualquer uso do fogo se constitui numa ação criminosa, já que está proibido em todo o território nacional. O prejuízo para o meio ambiente, para a saúde, patrimônio público e privado é imensurável”, declarou Marina.

Padilha, por sua vez, agradeceu o esforço feito pelos governadores para combater os incêndios e exaltou a união entre os governos estaduais e federal. “Toda vez que a gente agiu de forma conjunta, integrada, lá no Estado, o impacto foi ainda mais positivo, mais efetivo”, disse o ministro da SRI.

Em Mato Grosso, o Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) do Corpo de Bombeiros monitorava focos de incêndio em 17 fazendas em 15 municípios do Estado. De quarta-feira (18) para cá, os incêndios em propriedades rurais diminuíram – há dois dias, o BEA monitorava 28 deles em fazendas de 21 municípios.
Os incêndios ocorrem em União do Sul, Sinop, Nova Ubiratã, São José do Rio Claro, Porto Alegre do Norte, Araguaiana, Luciara, Cocalinho, Colniza, Tabaporã, São Félix do Araguaia, Ribeirão Cascalheira, General Carneiro, Vila Rica e Paranatinga.

Em nota, o Corpo de Bombeiros informou também que o BEA monitora incêndios na Terra Indígena Capoto Jarinã, em Peixoto de Azevedo, e na Aldeia Utiariti, em Campo Novo do Parecis. “O Corpo de Bombeiros só não entrou nos locais porque é necessária autorização dos órgãos federais”, cita na nota.
Além disso, foram registrados, no Estado, 652 focos de calor nesta quinta-feira, conforme última checagem às 17h30, no Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Desses, 260 se concentram na Amazônia, 198 no Cerrado e 194 no Pantanal. Os dados são do Satélite de Referência (Aqua Tarde). “Importante ressaltar que o foco de calor isolado não representa um incêndio florestal”, assinala. “Entretanto, um incêndio florestal conta com o acúmulo de focos de calor.”
O comunicado informa também que, desde o início da proibição do uso do fogo em Mato Grosso, os bombeiros extinguiram 158 incêndios florestais em 47 municípios.