Economia
Incorporação de ações

Eneva envia proposta para fusão de iguais com Vibra Energia

A proposta contempla a incorporação de ações da sociedade Eneva pela Vibra ou outra estrutura a ser estabelecida de comum acordo pelas companhias

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27 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
Eneva envia proposta para fusão de iguais com Vibra Energia
A Eneva informou que submeteu uma proposta não-vinculante de combinação de negócios ao conselho de administração da Vibra Energia.

A Eneva informou que submeteu uma proposta não-vinculante de combinação de negócios ao conselho de administração da Vibra Energia. Segundo a proposta, inicialmente válida por 15 dias, a companhia combinada seria a maior distribuidora de combustíveis do Brasil, a maior plataforma de geração termoelétrica e seria a terceira maior empresa listada de energia do Brasil com valor de mercado, potencialmente levando a um crescimento significativo da liquidez de ações, com a expectativa de que seja superior a R$ 300 milhões por dia.

A proposta contempla a incorporação de ações da sociedade Eneva pela Vibra ou outra estrutura a ser estabelecida de comum acordo pelas companhias, de forma que o conjunto de acionistas de cada companhia, ao término do processo, passe a deter 50% do total das ações da companhia combinada.

“A Eneva entende que uma fusão de iguais com Vibra representa uma oportunidade ímpar para as empresas e seus acionistas, tendo um sólido racional estratégico considerando, inclusive, a complementaridade dos negócios das companhias , e, se efetivada, poderá implicar em ganhos significativos de eficiência e de alocação de capital”, diz a companhia.

Ainda segundo a Eneva, será proposta uma estrutura de governança robusta e equilibrada, com contribuições de lado a lado, de forma que a estrutura corporativa e administrativa da companhia combinada garanta a adequada integração das atividades da Eneva e da Vibra, a maximização das sinergias, a valorização dos colaboradores e o melhor aproveitamento das forças e dos talentos das companhias, resultando em uma “empresa vitoriosa”.

A companhia também ressalta que, até o momento, inexiste qualquer acordo assinado relativo à operação proposta. Além disso, a potencial operação com a Vibra não implicará em direito de recesso para os acionistas da Eneva, caso seja implementada nos termos da proposta.

Ainda segundo a proposta, o BTG Pactual comunicou ao conselho de administração da Eneva que, caso a combinação de negócios nos termos aqui previstos seja bem-sucedida, possui a intenção de concentrar seus investimentos em geração de energia na companhia combinada.

“Desta forma, uma vez concluída a combinação de negócios, o BTG Pactual tem a intenção de ofertar seu portfólio de ativos de geração térmica, para ser potencialmente incorporado pela companhia combinada”, diz a Eneva.

A empresa atingiu R$ 892 milhões de EBITDA consolidado no segundo trimestre de 2023. O resultado representa um crescimento de 49% frente ao mesmo período do ano anterior.

O desempenho foi impulsionado por uma combinação de fatores, sendo os principais, o reconhecimento integral do EBITDA de Hub Sergipe e UTE Fortaleza no resultado da Eneva, após as aquisições realizadas no final do ano passado das subsidiárias Centrais Elétricas de Sergipe S.A. – CELSE e Central Geradora Termelétrica Fortaleza S.A. – CGTF, assim como a redução de despesas (SG&A) e custos gerenciáveis, refletindo a disciplina financeira ativa da Companhia, pela crescente disponibilidade da termelétrica Jaguatirica II no período e ainda a entrada em operação comercial do Complexo Solar Futura I ao final de maio de 2023.

Desconsiderado o efeito contábil, sem impacto caixa, do ganho com a compra vantajosa da aquisição da CGTF ocorrido no 3T22, o crescimento do EBITDA é de 134% na mesma comparação.

A reestruturação de dívida da subsidiária CELSE, iniciada no 3T23 e concluída no 4T23, também foi um marco importante para a Eneva.” A operação trouxe ganhos financeiros, operacionais e estratégicos importantes para a Companhia, à medida que reduziu nossa dívida financeira em R$ 563 milhões, aumentou nosso caixa livre em R$ 320 milhões e eliminou condições que dificultavam o aproveitamento de oportunidades de geração de valor relacionadas ao desenvolvimento do Hub Sergipe”, destacou Marcelo Habibe, CFO da Eneva.

Ainda no período, ocorreu a celebração de contrato de venda de energia com a Vallourec, no montante de 29 MWmédios por um período de 12 anos, entre outubro de 2023 e 2035. Assim, do total de seis SPEs do Complexo Solar Futura I, cinco já estão contratados no ambiente livre e o volume contratado do parque será de 84% a partir de 2024.

O resultado líquido da companhia no 3T23 foi negativo em R$ 86,9 milhões ante lucro líquido de R$ 237,8 milhões no mesmo período do ano anterior.

No 3T23, a produção de gás natural da companhia totalizou 0,29 bilhão de metros cúbicos (bcm), sendo 0,23 bcm no Complexo Parnaíba e 0,06 bcm na Bacia do Amazonas, no Campo de Azulão, para suprimento à UTE Jaguatirica II.

A Eneva encerrou o 3T23 com um total de reservas 2P de gás natural de 46,8 bcm. Desse total, 32,5 bcm concentravam-se na Bacia do Parnaíba e 14,3 bcm na Bacia do Amazonas, no Campo do Azulão, refletindo o saldo das reservas certificadas divulgadas nos relatórios de certificação de reservas referentes a 31 de dezembro de 2022, e descontando o consumo de gás acumulado nos nove meses do ano de 2023.

A geração termelétrica total de energia bruta no 3T23 foi de 1.406 GWh, proveniente das operações das usinas do Complexo Parnaíba e da UTE Jaguatirica II. No período, o despacho regulatório totalizou 1.237 GWh de energia bruta e se concentrou nas usinas termelétricas Parnaíba II, que gerou para fazer frente à sua inflexibilidade contratual, e Jaguatirica II, que opera no sistema isolado de Roraima.

A Eneva avançou também na estabilização do sistema de liquefação de Azulão e, com isso, Jaguatirica II registrou disponibilidade média de 86% no 3T23, um crescimento de 33 pontos percentuais em relação à disponibilidade de 53% do mesmo período do ano anterior. No 3T23, foram também gerados cerca de 1.150 GWh de energia líquida no Complexo Parnaíba para exportação para a Argentina e Uruguai.

A geração solar bruta somou 295 GWh por meio das UFVs do Complexo Solar Futura 1, que entrou em operação comercial ao final de maio de 2023 e ainda se encontrava em período de estabilização ao longo do trimestre. A Companhia concluiu com sucesso a estabilização do Complexo ao final de outubro de 2023 e, com isso, todas as 22 UFVs de Futura já estavam operacionais a partir dessa data.