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Egito pede cessar-fogo e alerta para escalada ‘muito séria’ no confronto Israel-Hamas

O governo egípcio mantém laços com Israel e o Hamas. “Estamos nos comunicando com todos os parceiros internacionais e regionais, a fim de alcançar a interrupção imediata da violência e conseguir uma desescalada”, afirmou El-Sissi.

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10 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Egito pede cessar-fogo e alerta para escalada ‘muito séria’ no confronto Israel-Hamas
O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi.

O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi, afirmou na terça-feira, 10, que tem intensificado esforços para haver um cessar-fogo no confronto entre Israel e o Hamas, segundo a imprensa estatal egípcia. El-Sissi qualificou a escalada atual entre as partes como “muito séria”.

O governo egípcio mantém laços com Israel e o Hamas. “Estamos nos comunicando com todos os parceiros internacionais e regionais, a fim de alcançar a interrupção imediata da violência e conseguir uma desescalada”, afirmou El-Sissi. O líder egípcio disse que seu país almeja estabelecer uma “paz justa e abrangente”, baseada na solução de dois Estados.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou o bloqueio de Israel sobre a Faixa de Gaza. Segundo ele, cortar a eletricidade e a água vai contra os direitos humanos dos palestinos. Falando em entrevista coletiva ao lado do chanceler da Áustria, Karl Nehammer, na terça-feira, 10, Erdogan criticou também os planos dos Estados Unidos de enviar um porta-aviões para a região, dizendo que esse envio poderia levar a “massacres”.

“O que o porta-aviões dos EUA está fazendo em Israel? O que ele está fazendo? Isso levará à derrubada de Gaza, com o cerco a áreas próximas, e ao começo da realização de massacres sérios”, afirmou.

O líder turco reiterou a proposta de oferecer mediação entre os dois lados e disse que deve continuar com seus esforços pela paz. Erdogan também disse que realizaria conversas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres.

O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que o bloco manterá o apoio e envio de recursos para a Autoridade Palestina, mas esclareceu os motivos do pedido de revisão deste suporte. Segundo ele, a preocupação é que os recursos possam ter sido utilizados de algum modo nos ataques terroristas do Hamas a Israel, que começaram no último fim de semana.

“A parceria e os recursos para a Autoridade Palestina precisam continuar, pagamentos não devem ser interrompidos”, esclareceu Borrell. Contudo, “se descobrirmos que fundamos atividades do Hamas, alguém deverá tomar responsabilidade por isso, com consequentes ações políticas”, afirmou ele.

O chefe de política externa europeu lembrou que há uma “distinção clara” entre o Hamas, os palestinos e a Autoridade Palestina. “Consideramos o Hamas uma organização terrorista e eles se comportam assim, mas apoiamos a Autoridade Palestina. E nem todos os palestinos são terroristas”, comentou.

“Nosso denominador comum é uma forte condenação ao terrorismo e a violações de direitos humanos, como bloqueios de corredores humanitários e de civis”, reiterou Borrell, em crítica também a decisões de Israel contrárias aos princípios da lei internacional. “Temos que tornar viável uma solução de dois Estados, embora depois de 30 anos isto pareça mais distante do que nunca”, pontuou ele.

As declarações aconteceram em coletiva de imprensa após reunião entre ministros de Relações Exteriores da União Europeia e do Conselho de Cooperação do Golfo. Em comunicado oficial, as autoridades expressaram “profunda preocupação com os desenvolvimentos em Israel e em Gaza” e pediram interrupção imediata de todos os atos de violência, além de reiterar o compromisso de retomar discussões para obter a paz na região.