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Aperto permanece

Dirigente do Fed já vê ‘sinais promissores’ da inflação

A presidente do Federal Reserve Fed de Boston, Susan Collins, explicou que a inflação de bens está arrefecendo, mas poderia voltar a acelerar.

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24 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Dirigente do Fed já vê ‘sinais promissores’ da inflação
A presidente do Federal Reserve Fed de Boston, Susan Collins, explicou que a inflação de bens está arrefecendo, mas poderia voltar a acelerar.

A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Boston, Susan Collins, reconheceu na quinta-feira, 24, que há “sinais promissores” no combate à inflação nos Estados Unidos. Ponderou, no entanto, que ainda há trabalho a ser feito e evitou descartar novas elevações de juros.

“Podemos precisar de mais aumentos e também podemos estar perto de um ponto a partir do qual podemos manter a taxa básica por um tempo substancial”, afirmou Susan, em entrevista ao Yahoo! Finance durante o Simpósio de Jackson Hole.

A dirigente, que não vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), acrescentou que considera “prematuro” estabelecer, de antemão, quando o Fed começará a relaxar a política monetária. Ainda assim, avalia como “extremamente provável” que a instituição deixará os juros inalterados por algum tempo.

A líder da regional de Boston explicou que a inflação de bens está arrefecendo, mas poderia voltar a acelerar, enquanto os preços de serviços permanecem altos. Para ela, não houve ainda uma “desaceleração ordenada” da maior economia do planeta. “Estou realista, mas otimista, de que reduziremos inflação”, ressaltou.

O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, afirmou, na quinta-feira, 24, que o banco central dos Estados Unidos deve manter a política monetária em níveis restritivos por “algum tempo”, mas “provavelmente” já fez o suficiente em termos de escalada de juros. Harker disse esperar que a taxa básica fique estável pelo restante deste ano.

Para 2024, o dirigente comentou que, se a inflação cair de maneira sustentável, os juros podem começar a descer, mas evitou prever quando isso vai acontecer. “Vou acompanhar os dados”, ressaltou ele, que tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) neste ano.

Harker acrescentou que projeta um avanço da taxa de desemprego a 4% nos Estados Unidos. Segundo ele, não está claro como a desaceleração da economia chinesa afetará os EUA. Ex-presidente do Fed de St. Louis, James Bullard alertou que a resiliência da economia dos Estados Unidos poderia ser um fator a atrasar o início do relaxamento monetário.

“A reaceleração da economia poderá exercer pressão ascendente sobre a inflação, travar a desinflação que estamos vendo e, em vez disso, atrasar os planos para o Fed alterar a política”, afirmou. Bullard, que renunciou ao cargo na autoridade monetária recentemente, comentou que não há sinais de recessão nos EUA.

O índice de atividade nacional dos Estados Unidos, elaborado pelo Fed de Chicago, subiu para +0,12 em julho. O resultado de junho foi revisado para cima de, -0,32 para -0,33. Uma leitura acima de zero sugere que a atividade econômica cresceu acima da sua tendência histórica média, sinalizando expansão da economia americana em julho. Já a média móvel trimestral do índice registrou alta para -0,13 em julho, de -0,15 no mês anterior (revisado de -0,16), informou o Fed de Chicago.

Os novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA recuaram de 240 mil na semana anterior (dado revisado na quinta-feira, 24, de 239 mil antes informados) a 230 mil, na semana encerrada em 19 de agosto. Analistas ouvidos pela FactSet previam 240 mil. Os pedidos continuados, que saem com uma semana de atraso, caíram 9 mil, a 1,702 milhão, na semana até 12 de agosto, ante previsão de 1,690 milhão dos analistas.