A cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) contará com representantes de 55 países ou organizações internacionais, de acordo com o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Maurício Lyrio. O evento está marcado para os dias 18 e 19 de novembro, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio.
Todos os membros plenos do G20 estão convidados – são 21, contando com a União Africana que entrou no grupo este ano -, além de oito países parceiros da presidência atual e 12 organismos internacionais. Além disso, foram chamados exclusivamente para o evento mais 11 países e quatro organismos internacionais. Há também membros permanentes, como no caso da Espanha.
O encontro prevê a realização de três sessões plenárias: uma na manhã do dia 18, outra na tarde de segunda-feira, 18, e outra na manhã do dia 19. Cada uma terá como tema uma das três prioridades do G20 Brasil: inclusão social e luta contra a fome e pobreza, reforma da governança global e desenvolvimento sustentável e transições energéticas.
Está prevista para o dia 18 pela manhã a chegada dos líderes das 8h30 às 10h. Todos serão recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela primeira-dama Janja Lula da Silva. A primeira sessão está marcada para as 10 horas e tratará da inclusão social e luta contra a fome e pobreza. Nesse momento será lançada a aliança global contra fome e pobreza. Há a expectativa de que Lula leia a lista dos países e entidades que já aderiram ao programa, ainda que ele permaneça com o período de adesões aberto.
Após o lançamento, começa a sessão de debates sobre todos os temas de inclusão social, ainda dentro da primeira sessão, que vai se estender até as 13 horas. Assim como ocorreu na edição anterior, em Nova Délhi, na Índia, haverá almoço até as 14 horas durante a sessão. Nesse período estão previstos discursos, intervenções e debates. Na sequência está marcado um curto intervalo, que durará até as 14h15.
Nesse momento, se inicia a segunda sessão, que terá como tema a reforma da governança global. A discussão aborda não apenas a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), das instituições financeiras internacionais (nascidas com Breton Woods, como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional – FMI) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esta parte deve ocorrer até as 18 horas.
No início da noite, Lula e Janja serão os anfitriões de uma recepção que durará até as 20 horas. Todos os eventos, inclusive este da noite, serão realizados na MAM. Os eventos do G20 mais recentes buscam evitar deslocamentos dos chefes de Estado e de governo por questões de segurança.
No dia 19, das 10h às 12h30, é a vez das discussões sobre desenvolvimento sustentável e transições energéticas. Após o debate, terá início a sessão de encerramento e de transmissão da presidência rotativa do G20 para a África do Sul. Na cerimônia simbólica, que deve ser entre 12h30 e 13h, o presidente africano Cyril Ramaphosa receberá o bastão de Lula. Logo depois, será servido almoço, das 13 horas às 15 horas, também no MAM. Na tarde de terça, os líderes começam a se despedir do Rio.
Praticamente todos os chefes de Estado e de governo que vão participar da cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) solicitaram encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Há um pedido enorme de bilaterais, mas o presidente Lula não terá um período farto, pois estará presidindo as três sessões do G20, então as bilaterais podem ser antes ou depois das sessões”, comentou o diplomata. A expectativa é a de que o chefe do Executivo volte a Brasília ainda na noite de terça-feira (19), porque no dia seguinte está prevista uma visita de chefe de Estado do presidente da China, Xi Jinping.
Questionado sobre se o presidente argentino Javier Milei também pediu o encontro, o embaixador voltou a dizer: “Eu tenho a impressão de que todos pediram bilaterais”. Lyrio disse que a agenda do presidente ainda está em construção. “Depende também da chegada dos presidentes ao Rio. Obviamente, quem chega mais cedo, tem mais chance”, considerou.
Sobre a participação russa no evento, o embaixador informou que mais uma vez o presidente Vladimir Putin será representado pelo chanceler Sergey Lavrov. Desde o início dos conflitos com a Ucrânia, o russo não deixa o país para não ser preso. No ano passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo o acusando de cometer crime de guerra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, ainda nutre esperanças de ser chamado para o encontro. “Como a negociação não é tema da cúpula, então não houve convite ao presidente Zelenski, mas isso já tem sido a prática do G20”, explicou Lyrio, citando que os países que antecederam o Brasil na presidência rotativa do grupo desde o início da guerra – Indonésia e Índia – não convidaram o ucraniano.
“Na essência, o G20 nasceu para enfrentar crises econômicas. Esta é sua origem, é o que está no seu DNA”, disse o embaixador. “O G20 não deve substituir ONU em suas questões fundamentais, como a questão da paz, por isso fizemos reunião sobre a ONU dentro do G20, mas não cabe ao G20 substituir a ONU em tarefas como esta.”