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CropLife Brasil diz que setor esperava sanção integral do projeto

Um veto que causou “estranheza” ao setor foi a supressão do dispositivo que dispensa marca da empresa em alto relevo na embalagem do produto.

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28 de dezembro de 2023
CropLife Brasil diz que setor esperava sanção integral do projeto
Foto: Divulgação

A CropLife Brasil – associação que representa a indústria de sementes e mudas, biotecnologia, defensivos químicos e biológicos – afirmou estar “surpresa” com os vetos ao projeto de lei 1.459/2022, que dispõe sobre o novo marco legal dos defensivos, publicado nesta quinta-feira, 28, como a lei 14 785/23 no Diário Oficial da União. “A versão original trazia avanços institucionais fundamentais para que o agronegócio seguisse com acesso às inovações tecnológicas presentes em diversos países produtores agrícolas mundiais”, justificou a entidade em nota.

Segundo a associação, vários pontos que o setor considerava relevantes já haviam caído na Câmara dos Deputados e no Senado, como condição para aprovação do projeto. “Por tudo isso, nossa expectativa era de que o projeto, que representava o resultado de um debate democrático que envolveu diversos setores da sociedade ao longo dos últimos 24 anos, fosse aprovado na íntegra pela Presidência da República.” A CropLife disse, ainda, estar em contato com parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), para avaliação dos vetos presidenciais no Congresso Nacional.

Entre os pontos vetados, a CropLife Brasil destacou a coordenação do Ministério da Agricultura sobre os processos de reanálise de defensivos e sobre pedidos de registro de produtos semelhantes durante esses processos. “A liderança da pasta garantiria maior previsibilidade para o setor privado e eficiência para a administração pública, sem renunciar ao rígidos critérios técnico-científicos dos órgãos de saúde, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e do meio ambiente, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recurso Naturais Renováveis (Ibama)”, disse no comunicado.

Outro veto que causou “estranheza” ao setor, considerado pela associação “relevante e injustificável”, foi a supressão do dispositivo que dispensa marca da empresa em alto relevo na embalagem do produto. Segundo a associação, o Brasil tem um dos sistemas mais avançados de logística reversa do mundo. “O veto representa, portanto, apenas custo adicional sem qualquer benefício ao meio ambiente”, afirmou. A CropLife destacou, ainda, o veto à criação de uma taxa unificada, “que previa destinação para investimentos na estrutura das agências regulatórias e maior fiscalização de defensivos químicos agrícolas”.

A CropLife participou esse ano da COP 28 e esteve representada pelo diretor-executivo e de sustentabilidade, Arthur Gomes, que falou sobre o papel do agronegócio brasileiro na preservação do meio-ambiente, pela adoção de tecnologias sustentáveis e práticas como a da agricultura regenerativa.

Houve significativo avanço na construção do consenso no qual o setor agrícola deve ser reconhecido como parte da solução para o atingimento do Acordo de Paris, que tem como principal meta limitar até o fim do século o aumento médio da temperatura global a um limite de 1,5º C. Além disso, percebemos o fomento para que as ações climáticas relacionadas aos sistemas agroalimentares levem em conta as realidades da agricultura tropical, impulsionando ações de mitigação e adaptação, e discussões sobre financiamento. Um dos pontos mais importantes foi o reconhecimento de que a segurança alimentar é parte central dos debates sobre sistemas agroalimentares, avaliou o executivo da entidade.

As agendas e painéis da CropLife Brasil na COP 28 foram realizadas na Blue Zone, espaço onde se concentraram as negociações e eventos oficiais da conferência. No Painel Pacto Global, Arthur Gomes falou sobre ação climática e investimento sustentável no Brasil. No espaço do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Eduardo Leão apresentou o case de sucesso da agricultura regenerativa brasileira, ao lado de representantes da indústria e do setor público, em painel mediado pela CropLife International.

No espaço da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o presidente da CLB ainda falou sobre Climate-Smart Agriculture (CSA). “O Brasil é pioneiro na implantação de medidas sustentáveis na agricultura, como os sistemas Plantio Direto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), de Recuperação de Pastagens Degradadas e de Bioinsumos, tecnologias adotadas e preconizadas pelo Plano ABC+ para o cumprimento das metas climáticas pela agricultura e redução de Gases de Efeito Estufa (GEE)”, destacou.