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Gestão de riqueza

Credit Suisse e UBS são contra fusão forçada

A aquisição do Credit Suisse por um sócio de peso é visto como uma saída para o conglomerado suíço superar a crise de credibilidade.

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18 de março de 2023
Vinicius Palermo
Credit Suisse e UBS são contra fusão forçada
Villeroy de Galhau, presidente do BC francês, comentou sobre o Credit Suisse.

O Credit Suisse e o banco UBS são contra fusão forçada, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. O UBS reluta a assumir riscos relacionados ao rival Credit Suisse e prefere se concentrar em sua estratégia de gestão de riqueza.

Diante de um cenário global de crises no sistema bancário – nos EUA, Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank quebraram na semana passada -, a aquisição do Credit Suisse por um sócio de peso é visto como uma saída para o conglomerado suíço superar a crise de credibilidade que enfrenta há anos e que ganhou novo capítulo na quarta-feira, 15.

Nomes como o do UBS e do J. Safra Sarasin, baseado na Suíça e controlado pela família Safra, são citados por analistas como possíveis compradores.  banco suíço enfrenta uma grande crise de desconfiança, com resultados ruins, desde o ano passado.

No final de julho, anunciou que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e menos arriscada, após desastres financeiros que incluíram um golpe de US$ 5,1 bilhões em 2021 do cliente Archegos Capital Management.

Na terça, 14, o Credit Suisse havia dito ter identificado “fraquezas significativas” na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos em função de controles internos ineficientes.

Um relatório anual de 2022, o banco suíço disse que sua liderança, incluindo o CEO Ulrich Körner e o diretor financeiro Dixit Joshi, que começaram a trabalhar na instituição no ano passado, concluiu que seus controles não são eficientes.

Na quarta, 15, o banco anunciou a intenção de acessar uma linha de liquidez adicional fornecida à instituição pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país) no valor de até 50 bilhões de francos suíços, ou US$ 53,7 bilhões (R$ 285 bilhões).

A dirigente do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau afirmou que a elevação nos juros em 50 pontos-base decidida na quinta-feira pela instituição foi uma “forte mensagem de confiança” nos bancos europeus. Ele avaliou que os bancos europeus “não estão na mesma situação dos americanos”.

Os bancos franceses e europeus “são extremamente sólidos”, disse Villeroy de Galhau, também presidente do BC da França. Ele lembrou que as regras do setor são mais reforçadas na Europa, sobretudo desde a crise financeira de 2009.

De qualquer modo, ressaltou que, como dito na quinta pelo BCE, caso necessário serão usados os “instrumentos necessários para garantir a liquidez dos bancos” e a missão do banco central de zelar pela estabilização financeira.

Villeroy de Galhau comentou também o Credit Suisse. Segundo ele, trata-se de um “caso particular”, por ter dificuldades em seu modelo de negócios e na lucratividade há vários anos.

Mas ele lembrou que o Banco Central da Suíça (SNB, na sigla em inglês) já ofereceu ajuda ao banco do país, que foi aceita pelo Credit Suisse.