A Cosan divulgou informações financeiras não auditadas do quarto trimestre de 2023 e do ano de 2023, em função da troca da empresa responsável pela auditoria. Até o final de 2022, a Ernst Young (EY) era quem realizava a atividade, que passou a ser assumida posteriormente pela BDO.
Na segunda-feira, 25, a Cosan havia informado em fato relevante que excepcionalmente desta vez a auditoria não seria concluída no prazo legal. Segundo a companhia, o atraso ocorre “estritamente em função da data de início dos trabalhos da BDO” e “da quantidade de empresas que precisam ser auditadas no escopo da Cosan, incluindo investidas localizadas no exterior”.
A Cosan informou que a data de publicação das demonstrações financeiras de 2023 será atualizada nas próximas semanas e que as empresas estão comprometidas em concluir o processo com celeridade.
Considerando as informações não auditadas, a Cosan informou ter encerrado o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, quase o triplo na comparação com igual intervalo de 2022, quando a empresa havia apurado R$ 806 milhões (não ajustado).
Segundo a Cosan, o aumento no lucro líquido ocorreu em função da reversão dos efeitos da subvenção, dividendos e juros sobre capital próprio recebidos da Vale, além da marcação a mercado da valorização das ações da própria Cosan e da Vale.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 4,858 bilhões no período, o que representa um avanço de 21% na comparação com os R$ 3,99 bilhões apurados em 2022 (não ajustado).
A receita líquida, por sua vez, totalizou R$ 9,573 bilhões no último trimestre de 2023, um recuo de 10% ante o apurado um ano antes.
A dívida bruta da Cosan Corporativo alcançou R$ 26,6 bilhões ao final de 2023, maior ante o divulgado no terceiro trimestre, explicado principalmente pelo caixa líquido que a Cosan Oito possuía até 30 de novembro de 2023, informou a empresa, acrescentando que novas captações foram realizadas no período com a oitava emissão de debêntures no valor de R$ 1,25 bilhão e as notas comerciais no valor de R$ 1 bilhão.
A dívida líquida, por sua vez, saltou para R$ 22,8 bilhões. A Cosan destacou que houve acréscimo de R$ 19,2 bilhões no indicador na comparação com o apurado um ano antes, devido ao impacto de novas emissões de debêntures e senior notes realizadas em 2023 “excluindo os efeitos da reclassificação dos títulos e valores mobiliários referentes à participação na Vale que totalizaram R$ 16,3 bilhões”, acrescentou a empresa.
A alavancagem finalizou o período em 2,4 vezes ante 1,7 vez registrado no terceiro trimestre de 2023, por conta da menor posição de caixa impulsionada pela reclassificação das ações da Vale. “A alavancagem permanece dentro dos níveis adequados para o grupo mesmo com aumento frente aos trimestres anteriores”, disse a companhia.