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Controladora do Silicon Valley Bank, SVB Financial pede recuperação judicial

A companhia informou que tem cerca de US$ 2,2 bilhões em liquidez e avalia suas alternativas estratégicas para a SVB Capital.

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18 de março de 2023
Vinicius Palermo
Controladora do Silicon Valley Bank, SVB Financial pede recuperação judicial
Situações como a do SVB ligaram o alerta no governo norte-americano.

O SVB Financial Group, controladora do Silicon Valley Bank, entrou com pedido de recuperação judicial (“chapter 11”) em um tribunal federal de Nova York, nos Estados Unidos.

A companhia informou que tem cerca de US$ 2,2 bilhões em liquidez e avalia suas alternativas estratégicas para a SVB Capital, a SVB Securities e outros ativos e investimentos da empresa, os quais já estão “atraindo interesse significativo”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exortou o Congresso a fortalecer a capacidade do governo federal de responsabilizar a administração de bancos que entrem em colapso e sejam alvo de intervenção da Federal Deposit Insureance Corporation (FDIC). Ele diz isso à luz dos casos do Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank.

Em nota à imprensa, Biden pede por penalidades “mais duras” a altos executivos de bancos, além de um aumento na autoridade da FDIC para multar as gerencias da SVB e da Signature Bank, com o intuito de diminuir as chances de que outros casos semelhantes ocorram futuramente.

A Fitch Ratings manteve a observação negativa do rating de crédito do First Republic Bank, mesmo após o socorro de US$ 30 bilhões de 11 grandes instituições financeiras ao banco. Segundo a agência, a franquia e o perfil de liquidez da empresa continuam “significativamente enfraquecidos”.

A empresa afirmou que continuará monitorando o financiamento e a liquidez do First Republic Bank, analisando a estabilidade de diversos setores da instituição, como o impacto provocado nos depósitos de clientes e as tendências de liquidez disponíveis em fontes primárias e contingentes.

A agência comenta que a atual situação vista no banco americano já havia sido antecipada pela agência desde ano passado, revisando sua perspectiva do setor para “deterioração”.

As bolsas da Europa fecharam na sexta-feira, 17, em queda, apesar de terem iniciado o pregão em alta, com bancos sob renovada pressão e deterioração em Wall Street. Em Londres, o FTSE 100, fechou em queda de 1,01%, em 7.335,40 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, fechou em baixa de 1,33%, a 14.768,20 pontos.

O CAC 40, em Paris, caiu 1,43%, a 6 925,40 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, registrou baixa de 1,64%, a 25.494,54 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 caiu 2,01%, a 8.711,80 pontos. Por fim, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 recuou 2,42%, a 5.724,12 pontos. As cotações são preliminares.

Mais uma vez, grandes bancos lideraram as perdas no Velho Continente, como Barclays, que teve queda de mais de 1,5% em Londres, e Commerzbank, que caiu mais de 3% em Frankfurt. A baixa foi motivada pelo aumento do pessimismo de investidores diante do setor bancário, que voltou a cair hoje, acompanhando as persistentes dúvidas quanto ao First Republic Bank, apesar do anúncio de ajuda de 11 instituições.

A queda foi ainda acentuada pela notícia de que a controladora do Silicon Valley Bank (SVB) pediu recuperação judicial em tribunal federal de Nova York, fazendo com que Wall Street amargasse perdas, levando os índices europeus consigo.

Ainda, a notícia de que UBS e Credit Suisse seriam contrários a uma eventual fusão forçada fizeram com que o Credit Suisse caísse mais de 8%, em Zurique. Já o UBS teve queda de mais de 1%.

No radar de investidores, também está o índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro, que desacelerou na comparação mensal de fevereiro. O núcleo, entretanto, subiu 0,8% no mesmo período, mas em linha com as previsões de analistas.