Economia
Inadimplência cai

Concessões no crédito livre subiram 8,2% em dezembro

No crédito para pessoas físicas, as concessões caíram 2,5% em dezembro, para R$ 270,3 bilhões. Em 2023, houve alta de 9,2%.

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07 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Concessões no crédito livre subiram 8,2% em dezembro
O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 2,1% em dezembro ante novembro, para R$ 15,593 trilhões.

As concessões dos bancos no crédito livre subiram 8,2% em dezembro ante novembro, para R$ 535,1 bilhões, informou na terça-feira, 6, o Banco Central (BC). No acumulado de 2023, o aumento foi de 4,2%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.

No crédito para pessoas físicas, as concessões caíram 2,5% em dezembro, para R$ 270,3 bilhões. Em 2023, houve alta de 9,2%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões aumentaram 21,7% em dezembro ante novembro, para R$ 264,8 bilhões. Nos 12 meses de 2023, porém, houve um recuo de 1,4%.

O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 1,4% em dezembro, para R$ 5,782 trilhões. De acordo com dados divulgados na terça-feira pelo Banco Central, o saldo aumentou 7,9% em 2023. Na comparação com novembro, houve alta de 0,7% no estoque para pessoas físicas e avanço de 2,6% no estoque para pessoas jurídicas.

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre subiu 1,8% no último mês de 2023, enquanto o crédito direcionado apresentou alta de 0,9%. No crédito livre, houve elevação de 0,3% no saldo para pessoas físicas em dezembro. Para as empresas, o estoque aumentou 3,8% no período.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 52,8% para 53,2% na passagem de novembro para dezembro.

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 2,1% em dezembro ante novembro, para R$ 15,593 trilhões. O montante equivale a 143,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

No caso específico de empresas, o saldo do crédito ampliado avançou 1,6% em dezembro ante novembro, para R$ 5,575 trilhões. O montante equivale a 51,3% do PIB.

O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas teve avanço de 0,6% em dezembro ante novembro, somando R$ 403,324 bilhões, informou o Banco Central. Em 2023, a elevação acumulada foi de 2,2%.

No último mês do ano passado, houve alta de 0,5% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, elevação de 0,3% no financiamento de investimentos e avanço de 18,7% no saldo de capital de giro.

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,9% em dezembro ante novembro, totalizando R$ 1,038 trilhão, informou o Banco Central. Em 2023, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 11,8%.

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 2,2% em dezembro ante novembro, para R$ 289,134 bilhões. Em 12 meses, a variação foi positiva em 11,9%.

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 6,4 pontos porcentuais de novembro para dezembro. A taxa passou de 434,4% para 440,8% ao ano.

No caso do parcelado, o juro passou de 195,6% para 196,8% ao ano entre novembro e dezembro. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 91,4% para 89,5%.

O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer no dia 3 de janeiro de 2024.

Além de um teto para os juros do rotativo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a propor aos setores envolvidos um máximo de 12 meses para o parcelado sem juros.

A autoridade monetária também citou a hipótese de alguma limitação para a tarifa de intercâmbio no cartão de crédito, mas ambas as ideias não avançaram e devem ser discutidas novamente no futuro.

A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos passou de 4,8% em novembro para 4,7% em dezembro. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 5,8% para 5,6% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 3,6% para 3,5% no período.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) passou de 1,5% para 1,3% em dezembro ante novembro. Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência passou de 3,4% para 3,3% em dezembro.