Economia
Inadimplência

Concessões no crédito livre caíram 1,0% em abril

No acumulado nos últimos 12 meses até abril, o aumento foi de 7,7%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.

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28 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Concessões no crédito livre caíram 1,0% em abril
A taxa média de juros no crédito livre recuou em abril ante março.

As concessões dos bancos no crédito livre caíram 1% em abril ante março, para R$ 505,8 bilhões, informou na segunda-feira, 27, o Banco Central. No acumulado nos últimos 12 meses até abril, o aumento foi de 7,7%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.

No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 4,3% em abril, para R$ 278,6 bilhões. Em 12 meses até abril, houve alta de 10,6%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões recuaram 6,8% em abril ante março, para R$ 227,2 bilhões. Nos 12 meses fechados em abril, houve alta de 4,5%.

A taxa média de juros no crédito livre recuou em abril ante março. O porcentual passou de 40,5% para 40,4% ao ano, informou o Banco Central (BC). No quarto mês de 2023, a taxa estava em 44,7%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 53,4% para 53,0% ao ano de março para abril. No segmento de pessoas jurídicas, a taxa foi de 20,9% para 21,3% entre os dois meses.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa subiu entre março e abril, de 128,1% ao ano para 129,9% ao ano. No crédito pessoal, a taxa passou de 42,4% para 42,5% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Os dados divulgados na segunda pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 25,4% ao ano em março para 25,5% em abril.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 28,2% ao ano em março para 28,0% ao ano em abril. No quarto mês de 2023, estava em 31,9%.

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) ficou estável em 21,9% ao ano na passagem de março para abril. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,2% em abril, para R$ 5,893 trilhões. De acordo com dados divulgados na sexta-feira, 27, pelo Banco Central (BC), o saldo aumentou 8,7% em 12 meses encerrados em abril. Na comparação com março, houve alta de 0,9% no estoque para pessoas físicas e redução de 0,9% no estoque para pessoas jurídicas.

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre caiu 0,2% no quarto mês de 2024, enquanto o crédito direcionado apresentou avanço de 0,7%. No crédito livre, houve elevação de 0,8% no saldo para pessoas físicas em abril. Para as empresas, o estoque cresceu 1,4% no período.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 53,3% para 53,2% na passagem de março para abril.

A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos teve alta entre março e abril, passando de 4,5% para 4,6%, informou o Banco Central. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 5,4% para 5,5% de um mês para o outro. No caso das empresas, passou de 3,2% para 3,3% no período.

Já a inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) ficou estável em 1,4% na passagem de março para abril. O dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência também permaneceu em 3,2% entre março e abril.

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,9% em abril ante março, totalizando R$ 1,071 trilhão. Em 12 meses até abril, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 11,1%.

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 1,6% em abril ante março, para R$ 306,657 bilhões. Em 12 meses até abril, a variação foi positiva em 16,0%
Já o saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária caiu 0,2% em abril, para R$ 52,319 bilhões. O saldo para a indústria recuou 0,6%, para R$ 850,297 bilhões. O montante para o setor de serviços teve baixa de 0,4%, para R$ 1,301 trilhão.

No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo variou de R$ 4,187 bilhões, valor revisado hoje, para R$ 5,359 bilhões.

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 0,9% em abril ante março, para R$ 16,711 trilhões. O montante equivale a 150,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados.

A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

No caso específico de empresas, o saldo do crédito ampliado subiu 0,9% em abril ante março, para R$ 5,771 trilhões. O montante equivale a 52,1% do PIB.