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Nossa relação com os alimentos tem ligação com nossos sentimentos e estados emocionais. Em muito dos casos a nossa forma de comer está ligada diretamente às nossas emoções e refletindo não apenas nossos gostos e preferências, mas também nossos momentos de alegria, tristeza, estresse ou conforto. Emocionalmente falando a comida pode servir como um suporte a uma forma de celebração ou até mesmo como uma válvula de escape quando estamos passando por algum conflito.
A tendência de buscar na comida uma forma para lidar com sentimentos difíceis pode criar hábitos alimentares nada saudáveis. Reconhecer e entender que existe essa conexão entre emoções e alimentação é fundamental para desenvolver uma forma de se autoconhecer e ser consciente e equilibrado em relação a comida permitindo que possamos utilizar os alimentos não apenas para nutrir nossos corpos, mas também para cuidar das nossas necessidades emocionais de maneira saudável.
Pesquisas tem explorado a relação entre emoções e hábitos alimentares e constataram que muitas pessoas buscam na comida uma forma de lidar com problemas emocionais. Estudos mostram que períodos de estresse, ansiedade ou tristeza podem desencadear um aumento no consumo de alimentos, especialmente aqueles que são ricos em gorduras e açúcares. Uma pesquisa publicada no Journal of Health Psychology revelou que situações de estresse crônico estão ligadas a uma maior ingestão calórica e a uma preferência por alimentos como doces e alimentos processados. Além disso estudos do National Institute on Aging dos Estados Unidos demonstraram que o estresse emocional pode levar a um aumento no consumo de alimentos calóricos já que muitas pessoas buscam conforto na comida durante esses períodos. Esses dados mostram uma forte ligação entre o estado emocional e os hábitos alimentares mostrando como as emoções podem ter um papel significativo no consumo excessivo de alimentos em momentos de dificuldades emocionais.
Procurar identificar quando nossos sentimentos estão influenciando negativamente nossos hábitos alimentares se faz extremamente necessário para aprender e promover uma relação mais saudável com a comida. Alguns sinais que podemos identificar quando estamos recorrendo à alimentação por questões emocionais como comer sem fome física real ou, sentir um impulso intenso e repentino por alimentos específicos, buscar abrigo na comida diante de situações estressantes ou aquelas que te desafiam, ou perceber um padrão de comer excessivo em momentos de tristeza, tédio ou ansiedade. Além disso a sensação de culpa depois de comer em excesso por motivos emocionais também pode ser um sinal. Reconhecer esses padrões e estar atento as nossas reações emocionais em relação a comida é o primeiro passo para se entender melhor e estar em busca de uma relação saudável entre nossos sentimentos e nossos hábitos alimentares.
Uma alimentação saudável tem um papel super importante no suporte a saúde mental e no combate aos sentimentos de tristeza e depressão. Estudos indicam que uma dieta que consegue ser equilibrada e rica em nutrientes como ácidos graxos ômega-3, vitaminas do complexo B, antioxidantes e minerais, pode ter um saldo positivo no humor e na saúde mental. Alimentos como peixes, nozes, sementes, frutas, vegetais frescos e grãos integrais estão associados a benefícios para a saúde mental por causa de seus componentes nutritivos. Esses alimentos não só fornecem os nutrientes para que o cérebro funcione de forma mais adequada, mas também pode ajudar na redução da inflamação no corpo, um fator que pode influenciar negativamente o estado de ânimo. Uma dieta equilibrada pode estabilizar os níveis de açúcar no sangue evitando aquelas flutuações que podem alterar o humor. Ao escolher alimentos saudáveis e de fonte nutritiva estamos dando ao corpo os recursos necessários para enfrentar desafios emocionais e contribuindo para uma saúde mental melhor e uma forma mais leve em relação a vida.
Ao buscar uma forma mais leve menos estressante, somos capazes de nutrir não apenas nosso corpo, mas também nossa relação com a comida. Viver de forma mais consciente, equilibrada e até desacelerar quando for preciso, pode ajudar a reduzir a tendência ao estresse emocional e o ato de comer compulsivamente. Praticar a atenção ao comer, saboreando o alimento e prestando atenção aos sinais de fome e saciedade nos permitir fazer escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis. Além disso ter uma mentalidade que não se atente tanto a padrões exigidos pela sociedade pode ajudar a diminuir a pressão sobre aqueles padrões alimentares que são rígidos, restritivos e muita das vezes incapaz de se alcançar. Buscar o equilíbrio em todos os aspectos da vida incluindo alimentação, exercícios e autocuidado é fundamental para promover uma vida mais leve e saudável. Ao buscar essa mentalidade podemos entender melhor esse sentimento de contentamento em relação a nossa alimentação, valorizando não apenas o que comemos, mas também como nos sentimos em relação a isso.
