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A Cofco, principal empresa chinesa de investimentos no agronegócio brasileiro, tem direcionado recursos para infraestrutura logística no Brasil e demonstra, além da comercialização de grãos, interesse em ampliar a relação com foco na economia verde, de baixo carbono. Essas foram algumas das constatações observadas, na sexta-feira, 24, durante reunião, na sede da companhia em Pequim, com a comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Conforme comunicado do ministério, a Cofco está investindo cerca de US$ 300 milhões na reforma e ampliação do terminal arrematado no leilão do Porto de Santos para aumentar a capacidade de transporte de grãos.
O Brasil poderá ter também mais investimentos do grupo chinês, inclusive para uma parceria privada, sob coordenação do Ministério, para a recuperação de pastagens degradadas, dentro do novo programa ABC do Plano Safra 2023/24, que terá linhas de crédito diferenciadas e com juros mais atrativos para produtores que investirem em práticas socioambientais. Diante da proposta apresentada, a Cofco organizará uma missão para visitar o Brasil em breve e continuar as negociações, informa o ministério.
“Com toda essa introdução sobre a cooperação, ficamos satisfeitos e com esperança no futuro. O cenário, como o ministro e o embaixador falaram, é muito importante para a Cofco, mas também para os brasileiros e os chineses. Nos 15 anos futuros, com o aumento da qualidade de vida do povo chinês nossa cooperação vai se fortalecer mais. Não somente a Cofco, mas também a China precisa de mais parceria com o Brasil”, afirmou o chairman da Cofco, Lyu Jun.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comentou sobre as potencialidades brasileiras para ampliação da parceria comercial. “Há um marco sendo estabelecido na nossa missão aqui na China. Além das relações comerciais, a retomada das relações fraternais, consequentemente ampliaram nossa, parceria para compra e venda de produtos”, destacou o ministro.
As operações da Cofco no Brasil representaram a exportação de 33 milhões de toneladas de produtos, sendo que a empresa detém o quinto lugar nas exportações de milho, sexto em soja e sétimo em açúcar, com 7,2 mil funcionários no Brasil, o que representa 60% da força de trabalho da empresa fora da China.
No ano passado, A Cofco International fechou acordo para uma nova linha de crédito rotativo multitranche vinculada à sustentabilidade de US$ 1,6 bilhão com 19 bancos da China, Austrália, Europa, Japão, Cingapura e Estados Unidos.
Este foi o terceiro empréstimo sindicalizado vinculado à sustentabilidade da Cofco International e eleva o total de compromissos de empréstimos vinculados à sustentabilidade da empresa para US$ 2,3 bilhões. A empresa assinou seu primeiro empréstimo vinculado à sustentabilidade em julho de 2019, que foi o maior empréstimo vinculado à sustentabilidade para um comerciante de commodities, e um segundo empréstimo vinculado à sustentabilidade em setembro de 2021.
A nova linha consiste em uma parcela de 364 dias e uma parcela de 3 anos e segue as diretrizes baseadas nos Princípios de Empréstimos Vinculados à Sustentabilidade da Associação do Mercado de Empréstimos.
Os credores concordaram em fornecer incentivos financeiros na forma de taxas de juros mais baixas para a Cofco International atingir metas de sustentabilidade pré-acordadas, abrangendo a rastreabilidade e a triagem socioambiental de seus suprimentos de soja no Brasil e a Pontuação de gerenciamento ESG da Sustainalytics. Cada meta de sustentabilidade será auditada ou avaliada anualmente por um terceiro independente.
Todas as economias de margem serão usadas para financiar os próprios projetos de sustentabilidade, rastreabilidade ou melhoria social e ambiental da empresa.
Banco Bilbao Vizcaya Argentaria S.A. (BBVA), Bank of China (Hong Kong) Limited e SMBC Bank International plc (SMBC) são coordenadores de sustentabilidade, enquanto o BBVA também é o coordenador global, bem como agente de documentação e instalações.
