As fortes chuvas que atingiram Manaus no fim de semana provocaram deslizamentos de terra e deixaram ao menos oito pessoas mortas. De acordo com a prefeitura da capital do Amazonas, até as 2h de segunda-feira, 13, quatro crianças entre 5 e 7 anos e quatro adultos foram encontrados, sendo quatro das vítimas de uma mesma família.
Uma delas chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Mãe e filha foram achadas sem vida abraçadas nos escombros de uma casa, em imagem que emocionou quem ajudava no resgate. De acordo com a defesa civil, três pessoas foram resgatadas com vida.
Por meio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC), o município ativou no domingo, 12, o Comitê de Gestão de Crise, em decorrência das fortes chuvas e do desbarrancamento que ocorreu durante a noite no bairro Jorge Teixeira, na zona leste da cidade, onde 11 casas construídas em área de risco a quase 30 metros de altura ficam soterradas. As buscas ainda continuam no local, com 44 integrantes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Equipes da prefeitura também trabalham manualmente e com auxílio de retroescavadeiras.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, conversou na manhã de segunda com o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, e pediu apoio do governo federal às ações da prefeitura de Manaus.
“Atuamos em 25 ações prioritárias e, para essa área, não teve nenhuma ligação. Infelizmente, no início da noite, teve esse desmoronamento. Segundo os moradores, muita chuva no local (do deslizamento de terra). É muita tristeza, nós estamos aqui com todas as secretarias integradas para dar todo o suporte possível”, disse o prefeito David Almeida, que esteve na região afetada.
O desmoronamento, em três diferentes pontos, do barranco no bairro Jorge Teixeira ocorreu em uma área de risco e teria atingido 11 casas que ficavam na parte debaixo do barranco. Em média, choveu 97,2 mm nas últimas 24 horas. A zona leste da cidade, onde fica o local da tragédia, foi a mais afetada com 102,6 mm, segundo a Secretaria Municipal de Segurança e Defesa Social. Foram mais de 50 pedidos de socorro à Defesa Civil, ao longo do dia.
“Temos mais de mil áreas como essa em Manaus. E, dessas mil áreas, 62 são de alto risco, como essa aqui. Nós fizemos 17 áreas no ano passado (contenção de erosões), temos programado mais 20 áreas prioritárias como essa. E, agora, buscamos mais investimentos para a gente poder investir nessas áreas e dar moradia digna para as pessoas”, disse Almeida.
A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc) providenciou abrigo às famílias de casas próximas ao local do deslizamento. Ainda não há informações de quantas pessoas estão desabrigadas. No sábado, 11, outro deslizamento na zona norte de Manaus atingiu 32 famílias que ficaram desabrigadas com o deslizamento de um barranco na Comunidade Monte das Oliveiras. Ninguém ficou ferido.
O Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) do Amazonas já trabalha na identificação dos oito corpos levados ao Instituto Médico Legal (IML). Das vítimas, quatro adultos e quatro crianças, cinco são do sexo masculino e três do sexo feminino. O DPTC vai usar toda a estrutura de identificação disponível e vai solicitar o apoio da Polícia Federal (PF) para identificar as vítimas, uma vez que informações indicam que quatro são de origem venezuelana.