Mundo
Apoio

China propõe cessar-fogo e abertura de diálogo entre Rússia e Ucrânia

Além da sugestão de cessar-fogo, o documento pede o fim das sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia.

Compartilhe:
24 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
China propõe cessar-fogo e abertura de diálogo entre Rússia e Ucrânia
O presidente russo Vladimir Putin e o mandatário chinês Xi Jinping. Pedido de cessar-fogo na Ucrânia partiu do governo chinês

A China apresentou na sexta-feira, 24, um plano com 12 tópicos para colocar fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, com a decretação de um cessar-fogo e a abertura de diálogo de paz entre as partes.

Além da sugestão de cessar-fogo, o documento divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do país asiático também pede o fim das sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia, o reforço na segurança de instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a evacuação de civis das áreas de conflito e a garantia de que a Ucrânia possa exportar grãos.

A China se diz neutra no conflito, mas tem uma relação próxima com a Rússia e se recusa a criticar a invasão da Ucrânia, que, em sua visão, teria sido provocada pelas potências do Ocidente.

No plano de cessar-fogo apresentado na sexta, o governo chinês reforça a defesa da garantia da “soberania, independência e integridade territorial” de todos os países e pede o fim da “mentalidade de Guerra Fria”.

A China se absteve durante a aprovação, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de uma resolução que pede o fim das hostilidades e a retirada das forças russas da Ucrânia.

Na sexta-feira, um diplomata chinês acusou o cônsul-geral dos EUA em Hong Kong, Gregory May, de interferir em seus assuntos depois que ele disse que as liberdades da cidade estavam diminuindo, e advertiu o americano a não cruzar as “linhas vermelhas” da política.

May fez um discurso em vídeo no mês passado, no qual expressou preocupação com a diminuição das liberdades em Hong Kong e disse que sua reputação como centro de negócios dependia da adesão aos padrões internacionais e ao estado de direito.

O Gabinete do Ministério das Relações Exteriores em Hong Kong disse que seu comissário Liu Guangyuan se reuniu com May recentemente para expressar objeções às suas palavras e ações “inapropriadas”.

“Liu também traçou três linhas vermelhas para o cônsul-geral dos EUA e o consulado-geral dos EUA em Hong Kong, que não deve colocar em risco a segurança nacional da China, não se envolver em infiltração política em Hong Kong e não caluniar ou prejudicar a perspectiva de desenvolvimento de Hong Kong,” disse o gabinete, em resposta a perguntas da Associated Press.

Os EUA e outras democracias têm criticado a repressão da China às liberdades políticas em Hong Kong, que foi devolvida pelo Reino Unido à China em 1997 com a promessa de Pequim de manter as liberdades de estilo ocidental sob uma estrutura de “um país, dois sistemas”.

Hong Kong está entre uma série de questões que levaram os laços entre China e EUA ao seu nível mais baixo em anos, incluindo tecnologia e comércio, direitos humanos, ameaças contra Taiwan e reivindicações de Pequim no Mar da China Meridional.