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China determina que Apple retire aplicativos de mensagem de circulação no país

O WhatsApp e o Threads, da Meta Platforms, e o Signal e o Telegram foram retirados da loja de aplicativos chinesa na sexta-feira, 19.

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20 de abril de 2024
Vinicius Palermo
China determina que Apple retire aplicativos de mensagem de circulação no país
A Apple teve que seguir orientação do governo chinês.

A China ordenou que a Apple retire alguns dos mais populares aplicativos de mensagens do mundo de sua loja de aplicativos no país, no mais recente exemplo da censura exigida para a fabricante do iPhone em seu segundo maior mercado. O WhatsApp e o Threads, da Meta Platforms, e o Signal e o Telegram foram retirados da loja de aplicativos chinesa na sexta-feira, 19. A Apple afirmou que foi orientada a retirar certos aplicativos por preocupações de segurança nacional, não especificadas.

“Somos obrigados a seguir as leis nos países em que operamos, mesmo quando discordamos”, afirmou um porta-voz da Apple. Os aplicativos de mensagens somados têm cerca de 3 bilhões de usuários no mundo. Eles podem ser acessados na China apenas por meio de redes virtuais privadas que podem ser usadas fora do grande controle imposto por Pequim, mas ainda são comumente utilizados.

Pequim em vários momentos já viu essas plataformas com cautela, temendo a possibilidade de que os aplicativos possam ser usados para disseminar conteúdo negativo ou causar distúrbios sociais. Uma fonte ligada ao assunto disse que a Administração do Ciberespaço da China pediu à Apple para retirar os aplicativos pois eles possuem conteúdo político com menções problemáticas ao presidente chinês. O porta-voz da Apple disse que isso não foi parte do motivo informado.

A medida restringe o número de aplicativos estrangeiros que os usuários chineses podem usar para se comunicar com o exterior, em mais um aperto nos controles da internet por Pequim. Ocorre também em momento de tensões no setor de tecnologia com os EUA, enquanto o Congresso americano conduz um esforço para pressionar o TikTok, o qual poderia levar à aprovação de uma lei neste mês para forçar a controladora chinesa do aplicativo de compartilhamento de vídeos a ser vendida nos EUA ou correr o risco de um banimento.

O G7 está preocupado também com o fato de as políticas e práticas não mercantis da China estarem conduzindo a um excesso de capacidade, que prejudica os “nossos trabalhadores, as nossas indústrias e a resiliência econômica”. Em comunicado, o grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo diz que uma China em crescimento que cumpra as regras internacionais seria de interesse global. “Não estamos nos dissociando ou nos voltando para dentro”, afirma o documento, publicado após reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7.

Reiteramos a importância de garantir condições de concorrência equitativas e um ambiente de negócios transparente, previsível e justo, aponta o G7. “O respeito pelo sistema comercial multilateral baseado em regras e em princípios de mercado tem de ser a marca das nossas relações, para proteger os nossos trabalhadores e empresas de políticas e práticas injustas e não mercantis, incluindo a transferência forçada de tecnologia ou a divulgação ilegítima de dados, que distorcem a economia global e prejudicam a concorrência leal”, diz o documento.

“Protegeremos os nossos trabalhadores e comunidades empresariais de práticas injustas, incluindo aquelas que levam ao excesso de capacidade, criam vulnerabilidades na cadeia de abastecimento e aumentam a exposição à coerção econômica, uma vez que reconhecemos que a resiliência econômica exige redução de riscos e diversificação sempre que necessário”, afirma o grupo.

“Reafirmamos a necessidade de defender os princípios da Carta das Nações Unidas na sua totalidade. A este respeito, apelamos à China para que pressione a Rússia a pôr fim à sua agressão militar. Expressamos a nossa forte preocupação com as transferências para a Rússia provenientes de empresas na China de materiais e componentes de dupla utilização para armas e equipamentos para produção militar”, diz o documento.

O G7 reafirmou a “importância da paz e da estabilidade através do Estreito de Taiwan como indispensáveis para a segurança e a prosperidade de toda a comunidade internacional e apelamos à resolução pacífica das questões através do Estreito”. Além disso, declarou que não há mudança na posição básica dos membros do G7 em relação a Taiwan, incluindo as políticas declaradas para a China.