Mundo
Retaliação

China critica comitê da Câmara dos EUA por ‘viés ideológico’ contra Pequim

Porta-voz disse que o governo da China espera que instituições e indivíduos dos EUA precisam parar de retratar o país como uma ameaça.

Compartilhe:
01 de março de 2023
Vinicius Palermo
China critica comitê da Câmara dos EUA por ‘viés ideológico’ contra Pequim
Mao Ning, porta-voz da chancelaria chinesa nos EUA.

O governo da China criticou na quarta-feira, 1º de março, um novo comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos dedicado a conter Pequim, e exigiu que seus membros “descartem seu viés ideológico e a mentalidade de soma zero da Guerra Fria”.

O Comitê Seleto da Câmara sobre o Partido Comunista da China precisa “ver a China e as relações China-EUA sob uma luz objetiva e racional”, defendeu Mao Ning, porta-voz da chancelaria, em entrevista coletiva diária.

A porta-voz disse que o governo chinês espera que instituições e indivíduos dos EUA precisam parar de retratar o país como uma ameaça, com citações de desinformação, além de “difamar o Partido Comunista”, com o objetivo de “tentar ganhar pontos políticos às custas das relações” bilaterais.

O comitê começou a trabalhar na terça-feira, e qualificou a competição entre EUA e China como “uma luta existencial sobre como será a vida no século 21”. As relações entre os países estão no pior momento em anos, com tarifas retaliatórias e acusações no comércio, além do fato de que Washington critica a resposta da China ao longo da pandemia.

A agressividade chinesa com Taiwan, o desejo de Pequim de controlar o Mar do Sul da China e um voo recente de um suposto balão espião chinês sobre território americano motivaram legisladores americanos a fazer mais para tentar conter o rival.

A criação do comitê foi aprovada por 365 a 65 votos na Câmara dos Representantes, em rara decisão bipartidária no Legislativo dividido. O presidente do comitê é o republicano Mike Gallagher, um duro crítico de Pequim. Segundo ele, a China tem encontrado amigos em Wall Street e lobistas em Washington que já se opõem ao comitê.

Os presidentes da China e da Bielorrússia se uniram também para pedir cessar-fogo e negociações para chegar a uma solução política para o conflito na Ucrânia. O chamado conjunto veio em uma reunião em Pequim entre o chinês Xi Jinping e o bielorrusso Alexander Lukashenko, aliado próximo da Rússia.

A ação endossa a proposta de paz emitida pela China na sexta-feira, pedindo que a integridade territorial de todos os países seja respeitada.

“Países relevantes devem parar de politizar e usar a economia mundial como sua ferramenta, e devem tomar medidas que realmente promovam um cessar-fogo e parem a guerra”, disse Xi, de acordo com a emissora estatal chinesa CCTV.

A Bielorrússia “concorda plenamente e apoia a posição e as propostas da China sobre uma solução política para a crise na Ucrânia”, afirmou Lukashenko, segundo a CCTV.