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China busca reforçar supervisão no mercado acionário

O governo da China emitiu novas diretrizes em nível nacional, voltadas a lidar com a volatilidade do mercado acionário, incluindo um aperto na supervisão de novas listagens de ações.

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13 de abril de 2024
Vinicius Palermo
China busca reforçar supervisão no mercado acionário
A China divulgou detalhes de seu programa para o comércio de produtos de consumo, incluindo veículos e utensílios domésticos

O governo da China emitiu novas diretrizes em nível nacional, voltadas a lidar com a volatilidade do mercado acionário, incluindo um aperto na supervisão de novas listagens de ações. O critério de avaliação para companhias que buscam listar ações na China será revisado, incluindo a exigência de que as empresas divulguem sua política de dividendos, informou o Conselho Estatal.

As autoridades chinesas também buscam reforçar o monitoramento das companhias listadas, inclusive com restrições a que acionistas majoritários reduzam suas participações em companhias que não tenham pago dividendo há vários anos ou tenham um nível baixo de dividendo.

A China tem visto uma saída de investimento estrangeiro, enquanto ações chinesas exibem declínio prolongado, conforme a segunda maior economia do mundo enfrenta crescimento que desacelera, dificuldades no setor imobiliário e sentimento fraco dos consumidores. O índice de referência CSI 300 recuou mais de 11% em 2023, e até agora neste ano avança 1,3%.

Em fevereiro, o então recentemente nomeado diretor do regulador mobiliário da China, Wu Qing, se reuniu com alguns participantes do mercado, entre eles investidores, instituições financiadas pelo exterior e companhias de private equity, para solicitar visões sobre políticas que poderiam apoiar o desenvolvimento de longo prazo do mercado de capitais do país.

A China divulgou detalhes de seu programa para o comércio de produtos de consumo, incluindo veículos e utensílios domésticos, na mais recente tentativa de impulsionar a demanda interna. O governo central chinês trabalhará com autoridades locais para alocar fundos e apoiar consumidores que buscam carros usados e atualizar aparelhos em suas casas, afirmaram o Ministério do Comércio e outros departamentos do país.

Autoridades encorajarão instituições financeiras a reduzir a entrada para empréstimos na aquisição de veículos de modo razoável, segundo o comunicado, que não menciona o montante que estará disponível para a iniciativa.

Os formuladores de política também pretendem encorajar certos governos locais a fornecer incentivos a consumidores que compram itens para suas casas que são amigáveis para o meio ambiente.

As autoridades também divulgarão incentivos para a compra de produtos inteligentes para residências e encorajarão a substituição de outros bens de consumo para casa.

Até 2025, a China busca elevar o volume reciclado de utensílios domésticos velhos em 15%, e o volume reciclado de latarias de carros velhos em 50%, em comparação com os níveis de 2023, diz o comunicado.
Pequim já havia lançado programa similar para apoiar o consumo doméstico em 2009 e 2010.

Os bancos e outras instituições financeiras da China emitiram um menor volume de empréstimos no primeiro trimestre de 2024 do que em igual período do ano passado,. Levantamento do banco central chinês (PBoC, pela sigla em inglês) mostra que o financiamento social total, que inclui crédito não bancário, somou 12,93 trilhões de yuans (US$ 1,787 trilhão) entre janeiro e março, representando queda de 1,61 trilhão de yuans em relação aos três primeiros meses de 2023.

Já os novos empréstimos bancários totalizaram 9,46 trilhões de yuans no primeiro trimestre, informou o PBoC, que no mês passado parou de divulgar dados mensais sobre crédito bancário e financiamento social.

Cálculos do The Wall Street Journal baseados em dados do PBoC indicam que o financiamento social total ficou em 4,87 trilhões de yuans apenas em março, enquanto os novos empréstimos somaram 3,09 trilhões de yuans, vindo abaixo do consenso de 3,5 trilhões de yuans de analistas consultados pelo WSJ.

A base monetária da China (M2), por sua vez, teve acréscimo anual de 8,3% em março, menor do que o ganho de 8,7% observado em fevereiro.