O secretário-geral da ONU, António Guterres, lidera uma equipe que esteve em contato com a Turquia para a extensão da Iniciativa dos Grãos do Mar Negro. No sábado, expira o prazo de 120 dias que vigora desde novembro passado.
A diretora executiva da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, Rebeca Grynspan, assinou um Memorando de Entendimento com foco na exportação de alimentos e fertilizantes russos.
Para as Nações Unidas, o envolvimento da chefe da Unctad e do líder da organização ressaltam o compromisso de “não poupar esforços para facilitar esse comércio.”
Falando em Nova Iorque, o porta-voz de António Guterres disse a jornalistas que nas atuais circunstâncias os contatos são feitos com todas as partes com foco em “fazer tudo o que estiver ao alcance para garantir a continuidade da iniciativa”.
Stephane Dujarric aponta ter havido progressos significativos, mas assinalou que entre os obstáculos está “o que diz respeito aos sistemas de pagamento”. Mas defendeu que os esforços para superar tais barreiras “continuarão inabaláveis”.
O acordo envolvendo a ONU, a Rússia, a Ucrânia e a Turquia iniciou em fevereiro de 2022. Até esta semana, pelo menos 24 milhões de toneladas de grãos foram exportados pelo movimento de mais de 1,6 mil navios pelo Mar Negro.
A organização estima que 55% das exportações de alimentos foram transportadas para os países em desenvolvimento.
A nota ressalta que o acordo sobre a Iniciativa de Grãos do Mar Negro e o memorando sobre a exportação de alimentos e fertilizantes russos são vitais para a segurança alimentar global, e têm benefícios para economias em desenvolvimento.
Na ONU, o presidente da Assembleia Geral, Csaba Korosi, elogiou a continuação dos esforços para ampliar o acordo. Para ele, um colapso “causaria grandes danos e sofrimento em todo o mundo e deve ser evitado”.
Korosi reitera o apelo ao diálogo e à confiança. Ele incentiva as partes envolvidas a se unir e superar os obstáculos para a extensão da iniciativa pelo bem das pessoas.
O líder da Assembleia Geral aponta que ambas as ações são uma linha vital para milhões de pessoas em dificuldades sofridas devido à crise global de segurança alimentar desencadeada pela guerra na Ucrânia.