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Campos Neto diz que combate a inflação ainda dará trabalho

Em seus comentários, Campos Neto ressaltou que bancos centrais globais estão comprometidos em combater a inflação

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28 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Campos Neto diz que combate a inflação ainda dará trabalho
1ª reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, no Pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera. Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que ainda há trabalho a fazer para baixar a inflação no Brasil e no mundo, ressaltando que permanecem riscos para o cenário econômico. “A última parte do processo de desinflação será a mais difícil”, pontuou, durante discurso na abertura da 1ª reunião de ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 Brasil.

Em seus comentários, Campos Neto ressaltou que bancos centrais globais estão comprometidos em combater a inflação e defendeu que somente a estabilidade de preços permitirá um crescimento global estável no longo prazo, diminuindo a desigualdade social.

“Reduzir inflação vem com custos, mas demorar em atingir a estabilidade de preços pode prejudicar ainda mais a população vulnerável, que é afetada de modo desproporcional”, afirmou. “A melhor contribuição da política monetária para um crescimento sustentável, baixo desemprego e alta renda é manter a inflação baixa, estável e previsível.”

Campos Neto reforçou que a agenda brasileira do G20 tem como prioridade a luta contra a pobreza e a desigualdade, tendo como pilar central a inclusão financeira da população de países emergentes. “Queremos construir um mundo justo e um planeta sustentável”, disse, enfatizando comentário anterior do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, disse que as desigualdades cresceram muito nas últimas duas décadas e estão no mesmo nível do início do século 20. “Vamos discutir a concentração de renda e as implicações para a economia. Trataremos não somente da desigualdade de riqueza, mas também de gênero e raça”, disse.

Rosito acrescentou que os grupos de trabalho da Trilha de Finanças analisarão também, nestes próximos dois dias de encontro, exemplos de políticas que têm sido bem sucedidas para tratar essas desigualdades. “Queremos ouvir dos ministros o peso que cada país dá para as desigualdades e as implicações em suas economias”, afirma, acrescentando que nas discussões os participantes devem apresentar sugestões de medidas para mitigar essas desigualdades

Na segunda sessão do dia, ministros e presidentes de bancos centrais tratarão da economia global – crescimento e desenvolvimento – tema que é tradicional nos encontros do G20. Nessa etapa das discussões, como também já é de praxe, haverá a participação de membros de organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).