Em meio às repercussões negativas da quebra do banco norte-americano Silicon Valley Bank (SVB), que tem recursos em startups e fintechs brasileiras, o banco C6 informou na segunda-feira, 13, que “nunca teve nenhum tipo de relacionamento ou exposição” ao SVB.
Nas redes sociais, chegaram a circular rumores de que o C6 poderia ter exposição ao banco norte-americano, assim como outros bancos digitais brasileiros.
“O banco americano SVB, focado em startups, quebrou! Começou a circular uma lista de empresas brasileiras que teriam exposição a este banco, dentre elas alguns bancos digitais, como Nubank e C6”, escreveu um internauta no Twitter. “O SVB quebrou. Quanto tempo para a galera ficar histérica com Nubank, Banco Inter, C6, Pagbank”, questiona outra pessoa.
No sábado, o Nubank negou que tivesse qualquer exposição ao SVB. Na segunda, também a Pagseguro informou que não tem exposição ao banco norte-americano.
Com US$ 209 bilhões em ativos e US$ 175,4 bilhões em depósitos, o SVB se tornou o maior banco norte-americano a quebrar desde a crise financeira de 2008 ao ser fechado por reguladores dos Estados Unidos na última sexta-feira, 10.
A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) assumiu o controle da empresa controlada pela SVB Financial Group, como forma de proteger os clientes.
No domingo, 12, por sua vez, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciou a criação de um programa de emergência para tentar conter os efeitos do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) sobre o sistema bancário dos Estados Unidos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o colapso do SVB não parece suficiente para gerar uma crise sistêmica. Mesmo assim, o ministro reconheceu que ainda não há informações suficientes para dimensionar o problema criado pelo episódio.
“Eu não sei se ele vai gerar uma crise sistêmica. Aparentemente, não. Não vi ninguém ainda tratar desse episódio como um Lehman Brothers, mas o fato é que é grave o que aconteceu”, disse.
Haddad relatou ter passado o fim de semana conversando com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e com bancos brasileiros para colher a percepção de risco. O ministro aguarda a volta do dirigente do BIS para discutir sobre o tema.
“Precisa ver se a autoridade monetária do Brasil vai ter de tomar alguma providência em virtude dos efeitos sobre as economias periféricas. Isso não está claro ainda, é o que vamos acompanhar ao longo do dia”, afirmou Haddad.
O ministro acrescentou que a reação do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) à quebra do SVB foi positiva para garantir os depositantes e evitar uma corrida bancária. Haddad lembrou ainda que o SVB é um banco regional, com carteira descasada.