Economia
Dívida recua

BRF reverte prejuízo e tem lucro de R$ 754 milhões

A receita líquida no período somou R$ 14,426 bilhões, queda de 2,3% sobre os R$ 14,769 bilhões do quarto trimestre de 2022.

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28 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
BRF reverte prejuízo e tem lucro de R$ 754 milhões
O CEO da BRF, Miguel Gularte

A BRF registrou lucro líquido de R$ 754 milhões no quarto trimestre de 2023. O resultado reverte prejuízo de R$ 956 milhões de igual período de 2022, informou a companhia na segunda-feira (26), depois do fechamento do mercado. A receita líquida no período somou R$ 14,426 bilhões, queda de 2,3% sobre os R$ 14,769 bilhões do quarto trimestre de 2022.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF no último trimestre do ano passado alcançou R$ 1,903 bilhão, alta de 76,3% sobre o R$ 1,079 bilhão do igual intervalo do ano anterior. A margem Ebitda ajustada da BRF foi de 13,2%, ante 7,3% em igual trimestre de 2022.

A companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 2,01 vezes, contra 3,55 vezes em igual período do ano anterior. A dívida líquida caiu 35,1%, de R$ 14,598 bilhões no quarto trimestre de 2022 para R$ 9,415 bilhões no último trimestre de 2023.

A BRF comercializou 1,255 milhão de toneladas de produtos de outubro a dezembro do ano passado, um recuo de 0,3% em comparação com o volume de 1,259 milhão de toneladas de um ano antes.

No segmento Brasil, a receita operacional líquida foi de R$ 7,39 bilhões, queda de 4,8% em comparação com igual intervalo do ano passado. Além disso, o preço médio dos produtos caiu 2,7%, para R$ 12,31 o quilo. Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 6,209 bilhões, queda de 0,5% na comparação anual.

“No mercado internacional, a recuperação do preço da proteína in natura foi responsável pelo retorno da margem Ebitda de duplo dígito (11,1%) neste trimestre. Registramos crescimento da rentabilidade com recuperação relevante dos preços em todas as geografias”, afirmou o CEO da empresa, Miguel Gularte, na mensagem da administração.

Em 2023, a BRF teve receita líquida de R$ 53,615 bilhões, queda de 0,4% ante 2022. No ano, o prejuízo líquido foi de R$ 1,869 bilhão, queda de 36,5% ante prejuízo de R$ 3,091 bilhões em 2022 O Ebitda ajustado somou R$ 4,721 bilhão, alta de 14,8% sobre o ano anterior.

No segmento Brasil, a empresa teve recuo de 0,5% na receita líquida ao longo de 2023, para R$ 26,859 bilhões, com alta de 6,7% da margem Ebitda ajustada, para 11,4%. Já em relação ao segmento internacional, a BRF teve alta de 0,2% na receita líquida, para R$ 24,433 bilhões. A margem Ebitda ajustada recuou 5,2% para 4,4%.

Gularte afirmou que, em 2023, a BRF manteve o foco na eficiência e excelência na execução do seu plano de negócios, evoluindo ao longo do

ano e encerrando o quarto trimestre com desempenho positivo. Segundo ele, os resultados foram impulsionados pelo melhor desempenho operacional e pela disciplina financeira que, com a contribuição do follow on, levou a uma redução significativa da alavancagem para 2,01x.

O programa BRF+, juntamente com o modelo preditivo, que permitiu capitalizar a oferta de grãos no momento certo, levou a queda dos preços, que resultou numa redução significativa dos custos no segundo semestre. Entre os destaques positivos do ano são também o avanço da rentabilidade no Brasil, apoiado pela evolução contínua da execução comercial, a melhoria do desempenho de todo o portfólio e consistência do desempenho das marcas Sadia, Perdigão, Qualy e Banvit, que continuam a liderar os seus respectivos mercados.

“Nosso programa de eficiência continuou trazendo resultados consistentes e apresentou capturas de R$ 525 milhões no 4T23, totalizando R$ 2,2 bilhões em 2023. Além disso, alcançamos o menor desconto FIFO nos últimos anos, demonstrando maior integração entre

planejamento de produção e vendas. Reduzimos significativamente os acabamentos, estoques de produtos em 77 mil toneladas no mercado internacional.”

A agenda de sustentabilidade também registrou conquistas importantes em 2023. Gularte disse que a empresa manteve presença no portfólio

do ISE e do Índice Carbono Eficiente (ICO 2), ambos organizados pela B3 e que avançaram nas cinco dimensões do ISE, com ênfase em Modelos de Negócios e Inovação. “Reduzimos as emissões totais de escopo 1 e 2 em 26% em comparação para o ano base 2019 e finalizamos o mapeamento completo das emissões da nossa cadeia. Terminamos o ano com

rastreabilidade de 100% dos grãos diretos da Amazônia e do Cerrado, que avançou para 77% de fornecedores indiretos.”

A empresa se comprometeu a garantir uma cadeia produtiva livre de desmatamento até 2025, estendendo a rastreabilidade dos grãos a 100% dos biomas onde opera. Segundo ele, na frente de gestão de pessoas, a BRF apresentou melhora nos principais indicadores como engajamento, absenteísmo e rotatividade, além de manter investimento contínuo no desenvolvimento da equipe.