Economia
Demanda fraca

Braskem registra prejuízo líquido de R$ 771 milhões no 2º trimestre

A empresa reverteu o resultado na comparação com os três primeiros meses do ano, quando havia apurado R$ 184 milhões em lucro.

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09 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Braskem registra prejuízo líquido de R$ 771 milhões no 2º trimestre
Trabalhadores da Braskem em operação

A Braskem reportou no segundo trimestre de 2023 um prejuízo líquido de R$ 771 milhões, menor ante as perdas de R$ 1,406 bilhão no mesmo período de 2022. A empresa reverteu o resultado na comparação com os três primeiros meses do ano, quando havia apurado R$ 184 milhões em lucro.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente atingiu R$ 703 milhões no período, queda de 82% ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação trimestral, foi registrado recuo de 34%. Em função da redução no spread no mercado internacional de 29% no PVC no segmento Brasil, informou a companhia.

A receita líquida, por sua vez, somou R$ R$ 17,756 bilhões, queda de 30% ante um ano e redução de 9% na comparação com o primeiro trimestre de 2023.

Os resultados da Braskem no segundo trimestre continuaram a refletir os impactos do cenário de menor crescimento de demanda global, o que afetou a demanda pelos produtos químicos e petroquímicos e os spreads.   Em relação à sua higidez financeira, a companhia manteve a forte posição de caixa em R$ 14 bilhões, que garante a cobertura dos vencimentos de dívida nos próximos 74 meses, e o perfil de endividamento alongado.

“Diante do cenário internacional, estamos mantendo o foco na competitividade da companhia, na higidez financeira e na alocação responsável de capital”, disse Roberto Bischoff, CEO da Braskem.

No Brasil, a taxa de operação foi inferior ao primeiro trimestre em função da menor competitividade atual das centrais petroquímicas que utilizam nafta como matéria prima, além da menor demanda de produtos químicos. Nesse cenário, o volume de vendas de resinas e químicos no trimestre foi 13% inferior quando comparado ao trimestre anterior.

Nos Estados Unidos e na Europa, a taxa média de utilização permaneceu em linha com o primeiro trimestre e o volume de vendas aumentou 3%, influenciado pela maior demanda no mercado americano no período, após o processo de desestocagem da cadeia durante o primeiro trimestre do ano. No México, a Braskem apresentou aumento na taxa de utilização de 14 pontos percentuais, impulsionada pelo maior fornecimento de matéria-prima nacional e importada. Com isso, as vendas de polietileno (PE) no México aumentaram 8% no segundo trimestre, quando comparadas ao primeiro.

Em relação à sua estratégia, a Braskem continuou avançando nos projetos atrelados às suas avenidas de crescimento, tanto no negócio tradicional, com o avanço físico no trimestre de cerca de 40% na construção do terminal de importação de etano no México, quanto no segmento de matérias-primas de fontes renováveis e na reciclagem.

Na avenida de crescimento de renováveis, houve a conclusão e início das operações do projeto de expansão de 30% da capacidade atual de produção de eteno verde no Rio Grande do Sul. Por fim, na avenida de crescimento de reciclagem, houve o aumento no portfólio de produtos e segmentos: no segundo trimestre, a companhia registrou o aumento de 22% nas vendas de resinas com conteúdo reciclado em relação ao primeiro trimestre e de 83% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o que inclui a aquisição da Wise, concluída no primeiro trimestre do ano.