O Brasil criou 83.297 vagas com carteira assinada em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na quinta-feira, 9, pelo Ministério do Trabalho. O resultado decorreu de 1.874.226 de admissões e de 1.790.929 de demissões. No mesmo mês de 2022 foram criadas 167.269 vagas, na série com ajustes.
O resultado de janeiro de 2023 ficou maior do que a mediana positiva de 70 mil de postos de trabalho, conforme as estimativas dos economistas do mercado financeiro, cujo intervalo ia de abertura líquida de 21,583 mil a 132 mil vagas.
A abertura líquida de 83.297 vagas de trabalho com carteira assinada em janeiro foi puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 40.686 postos formais. O setor foi seguido pela construção, que abriu 38.965 vagas.
Na indústria geral, houve abertura de 34.023 vagas em janeiro, enquanto houve um saldo positivo de 23.147 postos de trabalho no agronegócio. O comércio registrou o fechamento de 53.524 vagas no mês.
No primeiro mês do ano, em 16 das 27 Unidades da Federação foram registrados resultados positivos no Caged. O melhor desempenho foi novamente registrado em São Paulo, com a abertura de 18.663 postos de trabalho.
Já o pior resultado foi registrado no Ceará, com o fechamento de 3.033 postos de trabalho. O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada chegou a R$ R$ 2.012,78 em janeiro. Comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 88,80, alta de 4,62%.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou na quinta-feira que três fatores explicam uma geração menor de empregos em janeiro de 2023. Segundo ele, os juros altos praticados pelo Banco Central (BC) penalizam a economia e a geração de empregos.
Além disso, Marinho destacou que o nível de endividamento das famílias e o comprometimento de renda em alta, somado ao aumento de despesas fixas em janeiro, levam as empresas a reduzir as contratações diante da expectativa de queda do consumo.
Marinho também destacou que a crise das Lojas Americanas afeta as expectativas dos empresários, que deixam de contratar. “Janeiro é tradicionalmente um mês forte. Em janeiro de 2023, temos uma política monetária ainda restritiva. O BC tem uma tarefa importante de monitorar o processo econômico para a retomada da economia. Os juros altos sacrificam demasiadamente a população de baixa renda do País”, disse.