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Bolsonaro diz que 2022 é página virada

Bolsonaro declarou que o PL não pretende impedir qualquer votação no Congresso e que a sigla deve colaborar “para que o País não afunde”.

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18 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Bolsonaro diz que 2022 é página virada
Ex-presidente, Jair Bolsonaro, na saída do Senado federal após visitar seu filho e senador, Flávio Bolsonaro. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira que a eleição de 2022 é “página virada”. Ele também declarou que o PL não pretende impedir qualquer votação no Congresso e que a sigla deve colaborar “para que o País não afunde”.

O ex-presidente declarou que seu partido deverá apresentar emendas ao projeto de nova regra fiscal que tramita na Câmara. E que a eleição de 2026 só será um tema depois das eleições municipais de 2024. Ele afirmou que a direita existe no Brasil independentemente de sua figura.

O político foi questionado se acha que ficará inelegível, e respondeu que não sabe. Há um processo no Tribunal Superior Eleitoral que pode impedir o ex-presidente de disputar as próximas eleições.
Bolsonaro deu as declarações a jornalistas no Senado depois de ter conversas no gabinete do filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Ele foi questionado diversas vezes sobre a possibilidade de o militar Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, fazer uma delação premiada, mas não respondeu. Cid foi à Polícia Federal mais cedo prestar depoimento e ficou em silêncio. O militar está preso há cerca de duas semanas por causa da investigação sobre falsificação de cartões de vacinação.

Cid é suspeito de ser responsável pelos certificados de vacinação no nome dele e de sua esposa; bem como do ex-presidente Bolsonaro e de sua filha menor de idade.

A PF quer obter também esclarecimentos sobre indícios obtidos durante a Operação Venire, segundo os quais Cid teria feito movimentações financeiras para pagar dívidas da família de Bolsonaro.

Deflagrada no dia 3 de maio, a operação teve como um dos alvos de mandado de busca e apreensão a residência do ex-presidente Bolsonaro, que foi ouvido na tarde de terça-feira (16), por cerca de três horas e meia, pela PF.

A imunização teria sido feita na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Parque Peruche, em São Paulo, no dia 19 de julho de 2021. De acordo com o município, apesar de haver o registro do sistema Vacivida com o CPF de Bolsonaro, a UBS nunca fez atendimento de saúde ao ex-presidente, nem recebeu o lote da vacina citado no registro. Além disso, a profissional registrada como suposta vacinadora nunca trabalhou naquela unidade.

A Controladoria-Geral da União (CGU) informou haver uma investigação preliminar sumária (IPS) em curso, iniciada nos últimos dias do governo anterior, envolvendo denúncia de adulteração do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Perguntado se compareceria à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investigará os ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro, Bolsonaro declarou que ninguém é convidado para esse tipo de compromisso, mas convocado.

A comissão de inquérito deve ser instalada na semana que vem. A oposição quer usar a CPMI para emplacar a versão de que o governo foi negligente com a segurança, e por isso, tem responsabilidade.

Governistas pretendem conduzir a comissão para aumentar a pressão sobre Bolsonaro e seus apoiadores. O ex-presidente afirmou que repudiou os ataques de 8 de janeiro. Também disse que alguém vazou seu depoimento à Polícia Federal sobre a suposta falsificação do cartão de vacina.

Cercado de jornalistas, Bolsonaro fez o possível para discursar sobre assuntos que animam seu eleitorado mais fiel. Disse que cortou gastos pessoais quando era presidente, falou sobre a facada que quase o matou em 2018 e afirmou que em seu governo o MST fazia poucas invasões de terras.