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Coincidência

Bolsonaro acusa esquerda de plano para matar Moro e associa caso a Celso Daniel

Bolsonaro citou que “a CPMI assombra os inimigos da democracia”, em referência à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre 8 de janeiro.

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23 de março de 2023
Vinicius Palermo
Bolsonaro acusa esquerda de plano para matar Moro e associa caso a Celso Daniel
Na postagem, Bolsonaro também prestou solidariedade a Lincoln Gakiya, integrante do Ministério Público de São Paulo

O ex-presidente Jair Bolsonaro associou, sem provas, o plano do PCC para matar o senador Sérgio Moro e outras autoridades à esquerda. “Não pode ser só coincidência”, escreveu ele no Twitter. Bolsonaro comparou o caso revelado na quarta-feira, 22, pela Polícia Federal ao assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel e o atentando sofrido por ele em Juiz de Fora (MG) durante campanha eleitoral em 2018.

“Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda”, escreveu.

Na postagem, Bolsonaro também prestou solidariedade a Lincoln Gakiya, integrante do Ministério Público de São Paulo e responsável por diversas investigações contra a facção. Segundo a PF, Lincoln Gakiya também era um dos alvos da quadrilha.

Bolsonaro ainda citou que “a CPMI assombra os inimigos da democracia”, em referência à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre o 8 de janeiro, mobilizada por apoiadores do ex-presidente no Congresso.

Promotor responsável por investigações e ações concretas para reduzir a ação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Gakiya afirmou que anda com escolta 24 horas por dia e que “quase toda semana se descobre um plano para me matar”.

Um dos maiores especialistas em combate ao crime organizado do País, Lincoln afirmou que o PCC é uma organização criminosa presente em todos os Estados e em países da América do Sul e Europa. Para ele, por isso mesmo, o combate deve ser integrado. Ainda assim, o promotor disse que muita coisa foi feita para combater o chamado ‘Partido do Crime’.

Foi Lincoln quem realizou a transferência de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema penitenciário federal. A medida tinha o objetivo de desarticular o comando do PCC. Marcola estava, desde então, no sistema federal de Porto Velho (RO) e neste ano, já no governo de Lula, seguiu para o complexo da Papuda, no Distrito Federal (DF).

A Polícia Federal desbaratou na manhã de quarta-feira, 22, plano que teria como objetivo matar, além de Lincoln, o senador Sérgio Moro (União Brasil). Até o momento, nove investigados já foram detidos e parte deles são do PCC. Os planos de homicídio e extorsão mediante sequestro tinham vários alvos, como autoridades do sistema penitenciário e integrantes das policiais de diversos Estados.