As bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta quarta-feira, 16, em sessão sem grande viés global e conforme investidores dividiam atenções entre o cenário macro, na véspera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e antes de falas da Christine Lagarde, e a temporada de balanços. Londres foi destaque após dados de inflação abaixo das expectativas.
O FTSE 100, de Londres, subiu 0,97%, aos 8.329,07 pontos. O Ibex 35, de Madri, subiu 0,62%, para os 12.004,30 pontos. O FTSE MIB, de Milão, fechou em alta de 0,24%, a 34.660,00 pontos. E o PSI 20, de Lisboa, avançou 0,78%, aos 6.749,92 pontos. As cotações são preliminares.
A desaceleração maior do que se previa da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) britânico em setembro, que melhora as chances de o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) voltar a cortar juros em novembro, impulsionou as ações inglesas nesta quarta.
No noticiário corporativo, Antofagasta subiu 1,57% após confirmar sua expectativa para a produção de cobre este ano, após aumento no resultado trimestral. Já a Ryanair afirmou que terá que reduzir suas estimativas de tráfego de passageiros devido a atrasos nas entregas da Boeing.
Investidores estão mais otimistas em relação ao desempenho das ações europeias do que estavam em setembro, mostra a pesquisa de gestores de fundos europeus do Bank of America para outubro. “58% projetam alta líquida nas ações europeias nos próximos doze meses (contra 43% da última pesquisa)”, diz o BofA.
Na ponta negativa, o DAX, referência em Frankfurt, recuou 0,18%, a 19.450,79 pontos, devolvendo ganhos recentes após renovar máximas históricas. E o CAC 40, de Paris, caiu 0,40%, encerrando em 7.492,00 pontos, pressionado por LVMH.
A gigante do segmento de luxo recuou 3,68% após registrar queda de 3% na receita no terceiro trimestre deste ano, para 19,08 bilhões de euros (US$ 20,82 bilhões). As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, 16, após um alerta negativo da holandesa ASML pesar em ações de semicondutores.
Liderando as perdas na Ásia, o índice japonês Nikkei caiu 1,83% em Tóquio, a 39.180,30 pontos, em meio a um tombo de 9,19% da empresa de chips Tokyo Electron.
Na terça-feira, a ASML – fabricante holandesa de equipamentos para produção de semicondutores – divulgou balanço trimestral desanimador e seu CEO disse que embora a demanda por inteligência artificial (IA) permaneça forte, outros segmentos do mercado de semicondutores estão demorando mais para se recuperar.
Também sob o “efeito ASML”, o Taiex registrou queda de 1,21% em Taiwan, a 23.010,98 pontos, o sul-coreano Kospi recuou 0,88% em Seul, a 2.610,36 pontos, e o Hang Seng teve modesta perda de 0,16% em Hong Kong, a 20.286,85 pontos. Entre ações individuais de chips, a taiwanesa TSMC (-2,34%) e a sul-coreana SK Hynix (-2,18%) se destacaram negativamente.
Na China continental, os mercados ficaram sem direção única, à espera de mais uma coletiva sobre medidas de estímulo, desta vez voltada para o combalido setor imobiliário do país. O Xangai Composto ficou praticamente estável hoje, com alta marginal de 0,05%, a 3.202,95 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,45%, a 1.842,16 pontos.
A predominância do mau humor na Ásia também veio após as bolsas de Nova York sofrerem perdas ontem, em parte por causa do alerta da ASML.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou igualmente no vermelho, após renovar máxima histórica no pregão anterior. O S&P/ASX 200 recuou 0,41% em Sydney, a 8.284,70 pontos.