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Bolsas da Europa fecham sem direção única

Investidores também se alinham para dados de inflação, atividade econômica, entre outros, nesta semana.

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14 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham sem direção única
O mercado acionário europeu começou o dia sem direção única, na esteira de preocupações sobre o setor imobiliário da China, que também pesaram nos mercados asiáticos.

As bolsas da Europa fecharam sem direção única na segunda-feira, 14, diante de preocupações com o setor imobiliário da China e possíveis impactos na recuperação econômica do país asiático. Investidores também se alinham para dados de inflação, atividade econômica, entre outros, nesta semana.

O mercado acionário europeu começou o dia sem direção única, na esteira de preocupações sobre o setor imobiliário da China, que também pesaram nos mercados asiáticos. Os temores ressurgiram após a incorporadora chinesa Country Garden anunciar no fim de semana a suspensão de bônus denominados em yuan, dias depois de se recusar a pagar bônus em dólares americanos.

Em relatório, a Capital Economics analisa que os problemas contínuos no setor imobiliário da China não devem provocar “uma crise financeira, mas esperamos que sejam um empecilho para os retornos do mercado de ações do país ao longo do tempo”.

Segundo a CMC Markets, as bolsas europeias chegaram a lutar por ganhos e tentar recuperar parte das últimas duas semanas de perdas, contudo o movimento não foi o suficiente para firmar os índices no azul.

Em Londres, o FTSE fechou em queda de 0,23%, a 7.507,15 pontos, refletindo a fraqueza nos recursos básicos, energia e setor imobiliário, com as ações de mineração e energia caindo devido à preocupação com a demanda chinesa, aponta a CMC. Particularmente, o setor de energia também foi pressionado pela queda nos preços do petróleo nesta sessão.

Entre os papéis de destaque, Shell (-0,93%), Antofagasta (-0,86%), Glencore (-2,45%) e Rio Tinto (-1,67%) pesavam sobre o mercado britânico. Em dia de agenda esvaziada, a Lazard observa que investidores também se alinham para dados macroeconômicos nesta semana.

Segundo a consultoria, o mercado deve monitorar números chineses de produção industrial, inflação do Reino Unido e da zona do euro, além do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco europeu.

Em Frankfurt, o índice DAX fechou em alta de 0,46%, a 15.904,25 pontos; em Paris, o CAC 40 subiu 0,12%, a 7.348,84 pontos; e, em Milão, o FTSE MIB subiu 0,57%, a 28.435,49 pontos. Por outro lado, em Madri, o índice Ibex 35 teve queda de 0,06%, a 9.428,20 pontos, e, em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,16%, a 6.036,84 pontos. As cotações são preliminares.

Os mercados asiáticos registraram pregão negativo, na segunda-feira, 14. Xangai recuou, após a incorporadora Country Garden suspender a negociação de títulos onshore no fim de semana, depois de ter estimado prejuízo bilionário no primeiro semestre. Nesse contexto, o papel da Country Garden Holdings teve na segunda baixa de 18,37% em Hong Kong.

A Bolsa de Xangai fechou em baixa de 0,34%, em 3.178,43 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,13%, a 2.091,81 pontos.

O sentimento do investidor chinês era ainda influenciado também pelos dados fracos de crédito divulgados na sexta-feira, além da cautela com o setor imobiliário. Montadoras de automóveis e seguradoras estiveram entre as maiores baixas, com BYD em queda de 5,2%, Great Wall Motor de 4,5% e Ping An Insurance, de 1,7%.

Em Tóquio, o índice Nikkei registrou queda de 1,27%, a 32.059,91 pontos. O mercado acionário japonês chegou a subir em parte do dia, mas sem fôlego, com as perspectivas para a política monetária dos Estados Unidos também em foco, segundo a IG. Nippon Paint caiu 5,5% e Inpex, 4,8%.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em queda de 1,58%, em 18 773,55 pontos. Ações de incorporadoras tiveram fraqueza, diante da suspensão dos bônus corporativos pela Country Garden. Country Garden Holdings caiu 18%, Hang Seng Mainland Properties recuou 3,7% e China Jinmao, 4,1%. Ações do setor de tecnologia também ficaram com sinal negativo.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi registrou baixa de 0,79%, em 2 570,87 pontos. Segundo a Phillip Nova, o avanço recente dos juros dos Treasuries e a força do dólar pesaram no sentimento na Bolsa de Sul, e entre as ações mais pressionadas Hanwha Corp. Perdeu 7,85% e Hyundai Elevator, 6,7%.

Em Taiwan, o Taiex caiu 1,25%, a 16.393,66 pontos. Na Oceania, na Bolsa de Sydney o índice S&P/ASX 200 teve baixa de 0,86%, a 7.277,00 pontos. Mineradoras estiveram entre as baixas, enquanto entre os balanços divulgados a reação foi mista. Fortescue, BHP e Rio Tinto tiveram quedas de entre 1,8% e 2,3%.