Mundo
Herança

Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com o quadro no Reino Unido

Os mercados acionários da Europa chegaram a subir em parte do dia, mas houve perda de fôlego nas horas finais do pregão, com fechamento em grande medida negativo. Os mercados acionários da Europa chegaram a subir em parte do dia, mas houve perda de fôlego nas horas finais do pregão, com fechamento em grande medida negativo.

Compartilhe:
06 de julho de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com o quadro no Reino Unido
Traders em negociação na bolsa.

Os mercados acionários da Europa chegaram a subir em parte do dia, mas houve perda de fôlego nas horas finais do pregão, com fechamento em grande medida negativo. As eleições do Reino Unido seguiram como foco importante, em busca de detalhes sobre como ficará o cenário após a vitória do oposicionista Partido Trabalhista. Além disso, do outro lado do Atlântico o destaque foi o relatório mensal de empregos (payroll) dos EUA, que reforçou um pouco apostas de relaxamento monetário pelo banco central americano, algo que tende a ser benéfico também para as ações europeias.

Como esperado, o trabalhista Keir Starmer comandou seu partido para uma vitória folgada e assumiu na sexta-feira, 5, como premiê do Reino Unido. Também em linha com a expectativa, ele confirmou que Rachel Reeves será a ministra das Finanças. Formada pela London School of Economics (LSE) e com passagem pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) no início de carreira, Reeves tem mostrado em sua campanha uma agenda pró-negócios e investimentos privados, recordava o BBH, mas o ING ponderava sobre a “herança” com a qual ela vai ter de lidar, com déficit fiscal e dívida crescentes, o que limita a margem de manobra.

Na Bolsa de Londres, o sinal era de ganhos mais cedo, contudo ela também padeceu da piora vista em outras praças, mais para o fim do dia. Antes, houve reação modestamente positiva ao payroll dos EUA, no qual a geração de vagas superou um pouco a expectativa, mas outros componentes apontavam para perda de fôlego no mercado de trabalho, como a alta na taxa do desemprego e o avanço abaixo do previsto dos salários, o que reforçava perspectivas de corte de juros adiante nos EUA.

Na agenda local, as vendas no varejo da zona do euro cresceram 0,1% em maio ante abril, um pouco abaixo da previsão de alta de 0,2% dos analistas ouvidos pela FactSet.

Entre ações em foco, Glencore subiu 0,47%, após receber aval do Canadá para compra de ativos da Teck Resources. Já Shell recuou 1,50%, após a informação da empresa de que pretende realizar baixa contábil de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões, com a paralisação de uma instalação de biocombustíveis em Amsterdã, na Holanda, e a saída de um investimento em uma fábrica de químicos em Cingapura.

A Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,49%, em 8.203,93 pontos, Frankfurt subiu 0,06%, na contramão, em 18.461,29 pontos, e Paris caiu 0,26%, a 7.675,62 pontos. Milão registrou queda de 0,35%, a 33.987,67 pontos, Madri caiu 0,39%, a 11.023,50 pontos, e Lisboa teve baixa de 0,04%, a 6.678,60 pontos. As cotações são preliminares.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única na sexta-feira, 5, enquanto investidores aguardam novos dados do mercado de trabalho dos EUA, que podem influenciar a trajetória dos juros básicos americanos.
O índice japonês Nikkei ficou estável em Tóquio, em 40.912,37 pontos, após renovar máxima histórica no pregão anterior, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 1,32% em Seul, a 2.862,23 pontos, atingindo o maior nível em 29 meses, após tanto a Samsung Electronics (alta de 3%) quanto a LG Electronics (alta de 2,7%) estimarem forte avanço nos lucros trimestrais, o Hang Seng caiu 1,27% em Hong Kong, a 17.799,61 pontos, e o Taiex registrou leve alta de 0,14% em Taiwan, a 23.556,59 pontos.

Na China continental, os mercados ficaram mistos, com baixa de 0,26% do Xangai Composto, a 2.949,93 pontos, e alta de 0,52% do menos abrangente Shenzhen Composto, a 1.590,88 pontos.

Investidores na Ásia e em outras partes do mundo aguardam o relatório de emprego dos EUA, o chamado payroll, que pode ser decisivo para as chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começar a cortar juros neste segundo semestre.

Na Oceania, a bolsa australiana encerrou a sessão no vermelho, pressionada por ações de bancos e mineradoras. O S&P/ASX 200 caiu 0,12% em Sydney, a 7.822,30 pontos.